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Moçambique agradece a Cplp após ciclones: “Avancemos juntos nesta odisseia”

Primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário.
ONU News/Daniela Gross
Primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário.

Moçambique agradece a Cplp após ciclones: “Avancemos juntos nesta odisseia”

Assuntos da ONU

Primeiro-ministro moçambicano promete contribuição de forma eficaz para possível fundo de solidariedade para emergências; reunião com secretário-geral, António Guterres, aborda paz efetiva e reintegração de homens armados no país.

O primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, ressaltou a ação de solidariedade dos Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, Cplp, após os ciclones que abalaram o país em março e abril de 2019.

Em entrevista à ONU News, o chefe do governo moçambicano pediu que o apoio do bloco lusófono continue a ser dado na fase de reconstrução do país, na sequência das tragédias. Para o primeiro-ministro, o apoio que tem sido dado pelos países lusófonos é testemunho de laços de amizade na comunidade.

O primeiro-ministro moçambicano foi um dos representantes de alto nível presentes na sessão que acontece no Conselho Económico e Social da ONU, Ecosoc.
O primeiro-ministro moçambicano foi um dos representantes de alto nível presentes na sessão que acontece no Conselho Económico e Social da ONU, Ecosoc. Foto: ONU/JC McIlwaine

Estados-membros

“É a solidariedade. Todos os países do mundo e em particular a Cplp que acaba de tocar agora deram um grande apoio. O Brasil deu um apoio notável, Angola também temos de registar, todos os outros estados-membros da Cplp e Portugal também esteve à altura. A cooperação foi lá e temos mais uma vez que reiterar os nossos agradecimentos e solidariedade pelo apoio que nos deram. Agora é a fase mais difícil: recobrir o que foi destruído. Pedimos que avancemos juntos nesta odisseia.”

Agostinho do Rosário disse que Moçambique poderá contribuir de forma eficaz para uma proposta de um fundo de solidariedade para apoiar nações do bloco lusófono em caso de emergências. A ideia foi dada por alguns países-membros.

Necessidade

“Faz muito sentido. Sentimos na carne o que é esta necessidade de lidar com as mudanças climáticas e comportarmo-nos com vista a mitigar o efeito devastador daquilo que nós sentimos. Portanto, nós temos esta obrigação, não diria de liderar, mas fazermos advocacia para que as coisas corram dessa maneira.”

Um encontro com o secretário-geral, António Guterres, também marcou a passagem de Carlos Agostinho do Rosário pela sede das Nações Unidas, onde participou na Quarta Sessão Temática Especial sobre Água e Desastres.

As necessidades agravadas por secas e inundações consecutivas em Moçambique podem prejudicar a colheita de março de 2020.
Ocha/Saviano Abreu
As necessidades agravadas por secas e inundações consecutivas em Moçambique podem prejudicar a colheita de março de 2020.

Paz  

Na reunião com Guterres, foram abordadas questões de estabilidade da paz em Moçambique, dos avanços políticos e da reintegração de homens armados do partido Renamo, na oposição, e grupos armados no norte.

“Falamos de tudo quando seja útil para o nosso país. Falamos da paz, da economia, dos progressos que estão aí. Falamos da paz. Nos últimos três anos, o nosso presidente tem estado a trabalhar arduamente neste dossier, em várias frentes. A primeira das quais é esse processo da mudança da Constituição para que ninguém possa reclamar espaço. O poder está descentralizado, mas perto da população a nível autárquico e a nível provincial. Está ai o dialogo já foi dado. O diálogo está aí também com todas as forças políticas e sociais. Estamos também neste procedo de desarmamento, desmobilização e reintegração das pessoas. Nós queremos que a Renamo não perca esse foco porque ninguém quer guerra em Moçambique.”

O encontro entre o secretário-geral António Guterres e o chefe do governo Moçambicano ocorreu no dia em que o país celebra 44 anos de sua independência.

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