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OMS alerta para "lacuna crítica de financiamento" no combate ao ébola na RD Congo

Segundo os últimos números da OMS, a 18 de junho, estavam confirmados 2.096 casos. 1376 pessoas perderam a vida.
Finnish Red Cross/Maria Santto
Segundo os últimos números da OMS, a 18 de junho, estavam confirmados 2.096 casos. 1376 pessoas perderam a vida.

OMS alerta para "lacuna crítica de financiamento" no combate ao ébola na RD Congo

Saúde

Necessários mais US$ 54 milhões para garantir resposta adequada ao atual surto; diretor-geral da agência avaliou necessidades em visita ao país; 2.190 casos confirmados, 1.376 pessoas perderam a vida.

A Organização Mundial de Saúde, OMS, está preocupada com a falta de recursos e de cooperação política no combate ao surto de ébola na República Democrática do Congo, RD Congo.

Em declarações aos Estados-membros em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que o surto da doença “só terminará com a cooperação política bipartidária e o envolvimento da comunidade.”

Avaliação

Segundo a OMS, as atuais necessidades de financiamento da agência ascendem aos US$ 98 milhões.
Segundo a OMS, as atuais necessidades de financiamento da agência ascendem aos US$ 98 milhões.
OMS/ Matt Taylor

O representante visitou recentemente o país onde fez uma avaliação da situação. Tedros alertou para “a grave lacuna de financiamento” para responder às necessidades.

Segundo os últimos números da OMS, a 18 de junho, estavam confirmados 2.096 casos. 1376 pessoas perderam a vida.

O chefe da OMS considera que “a cooperação política deve ultrapassar fronteiras partidárias, lembrando ainda aos países que têm a responsabilidade global de apoiar os profissionais de saúde, tanto da RD Congo, como de África e de todo o mundo, que trabalham para salvar vidas.”

Financiamento

Segundo a OMS, as atuais necessidades de financiamento da agência ascendem aos US$ 98 milhões. Até agora foram recebidos apenas US$ 44, deixando uma lacuna de US$ 54 milhões.

O déficit de financiamento é imediato e crítico porque se os fundos não forem recebidos, a OMS não poderá sustentar as operações em curso.  A agência destaca ainda que outros parceiros humanitários também enfrentam dificuldades financeiras, que já obrigaram a reduzir ou interromper as operações.

Durante a sua mais recente visita à RD Congo, Tedros reuniu-se com o primeiro-ministro, Sylvester Ilunga Ilunkamba, e os representantes da oposição, bem como líderes religiosos e parceiros em Kinshasa.

Reuniões

O responsável teve também encontros em Butembo, um dos principais focos do surto, com líderes comunitários, religiosos, empresariais e parceiros, incluindo organizações não-governamentais e outras agências da ONU.

O diretor-geral informou que “se reuniu com muitos líderes de todos os setores da sociedade” e que “todos concordaram ter um papel a desempenhar para ajudar as pessoas a entender a gravidade desta doença.”

Uma das necessidades mais prementes é o melhor uso da vacina contra o ébola, uma ferramenta muito eficaz se fornecida a todas as pessoas que estiveram em contato com as pessoas infetadas.

Por isso, a OMS garantiu que a vacinação tem sido reforçada e disponibilizada a mais pessoas, incluindo mulheres grávidas e lactantes, e crianças com mais de seis meses.