ONU destaca importância de gastronomia sustentável BR

Organização diz que indústria pode promover desenvolvimento agrícola, comida segura, nutrição, produção sustentável e conservação da biodiversidade; vinho brasileiro é um dos destaques de estudo sobre importância de rotular alimentos com sua origem.
Esta terça-feira, 17 de junho, marca o Dia da Gastronomia Sustentável. As Nações Unidas dizem que a data destaca “a necessidade de concentrar a atenção do mundo no papel que a gastronomia sustentável pode desempenhar.”
Segundo a organização, o dia “também reafirma que todas as culturas e civilizações são contribuintes e facilitadoras cruciais do desenvolvimento sustentável.”
A data foi estabelecida pela Assembleia Geral da ONU em 2016. A decisão reconhece a gastronomia como uma expressão cultural relacionada à diversidade natural e cultural do mundo.
A ONU afirma que a gastronomia ´pode desempenhar um papel nesta área devido às suas ligações com as três dimensões do desenvolvimento sustentável, economia ambiente e sociedade.
A organização diz que o tema também pode ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs, promovendo desenvolvimento agrícola, alimentação segura, nutrição, produção sustentável e conservação da biodiversidade.
Quando os produtos alimentares são ligados ao seu local de origem isso traz benefícios econômicos e sociais para as áreas rurais e promovem o desenvolvimento sustentável. Segundo um estudo da ONU, essa prática tem um valor comercial anual de mais de US$ 50 bilhões em todo o mundo.
A pesquisa “Fortalecimento de sistemas alimentares sustentáveis usando indicações geográficas”, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, FAO, analisou o impacto econômico do registro de origem em nove casos.
A pesquisa analisou o caso do Vinho Vale dos Vinhedos, do Brasil, e também o café da Colômbia, o chá Darjeeling da Índia, o repolho Futog da Sérvia, o café Kona dos Estados Unidos, o queijo Manchego de Espanha, a pimenta Penja dos Camarões, o açafrão Taliouine de Marrocos e o queijo Tête de Moine da Suíça.
O relatório concluiu que “o registro de produtos ligados ao seu local de origem tem implicações muito mais profundas do que ganhos econômicos.”
Produtores e processadores locais ajudam a tornar os sistemas alimentares mais inclusivos e mais eficientes. Juntos, os produtores desenvolvem as especificações do produto e promovem e protegem o rótulo de origem.
A criação desses rótulos também estimula o diálogo entre os setores público e privado, uma vez que o processo de registro e certificação costuma ser competência das autoridades públicas.