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Campanha busca proteger migrantes e refugiados venezuelanos do tráfico e contrabando BR

Agências da ONU apontam que até junho de 2019, mais de quatro milhões de venezuelanos teriam deixado o seu país de origem.
Acnur/Vincent Tremeau
Agências da ONU apontam que até junho de 2019, mais de quatro milhões de venezuelanos teriam deixado o seu país de origem.

Campanha busca proteger migrantes e refugiados venezuelanos do tráfico e contrabando

Migrantes e refugiados

Segundo Organização Internacional para as Migrações, esse é um perigo comum que os venezuelanos enfrentam; campanha é baseada na música, # TuVidaCambia, “Sua Vida Muda” na tradução livre em português.

Entre 2013 e 2018, foram registrados 422 casos de vítimas do tráfico de pessoas na Colômbia.  Segundo informações do Ministério do Interior do país, as mulheres representaram 84% das vítimas e a exploração sexual foi a modalidade mais frequente, com 60% dos casos, seguida do trabalho forçado, com 25%.

Entre as vítimas, 58% delas tinham entre 18 e 30 anos de idade.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações, OIM, esse é um perigo comum que os venezuelanos enfrentam quando migram para a Colômbia, à medida que buscam lugares para se estabelecerem, ou enquanto estão em trânsito para outros destinos da América do Sul, incluindo o Chile, o Equador e o Peru.

Campanha

Para proteger os migrantes e refugiados venezuelanos de se tornarem vítimas de redes de tráfico e contrabando, foi lançada na Colômbia a campanha de conscientização #TuVidaCambia, “Sua Vida Muda” na tradução livre em português.

A iniciativa foi implementada pela OIM, com o apoio financeiro do Departamento de Estados dos Estados Unidos para População, Refugiados e Migração. A nova campanha é baseada na música, # TuVidaCambia, que é, em si mesma, uma adaptação de uma canção popular venezuelana, Sentir Zuliano *.

Para a OIM, a música transmite facilmente mensagens de prevenção durante as longas e exaustivas viagens de refugiados e migrantes que atravessam o país, que correm o risco de se tornarem vítimas do tráfico de seres humanos, devido aos seus níveis significativos de vulnerabilidade.

Música

A chefe de missão da OIM na Colômbia, Ana Eugenia Durán Salvatierra, explicou que “a nova versão da música é executada pela banda Vos y yo, formada por imigrantes venezuelanos residentes na Colômbia.”

Confira os números de refugiados e migrantes da #Venezuela na região:

🇨🇴Colômbia: 1.298.300
🇵🇪Peru: 768.148
🇨🇱Chile: 288.233
🇪🇨Equador: 263.000
🇧🇷Brasil: 168.357
🇦🇷Argentina: 130.000
🇵🇦Panamá: 94.400 pic.twitter.com/8T1ElK1EM5

— ACNUR, Agência da ONU para Refugiados (@ACNURBrasil) June 8, 2019

Segundo Salvatierra, “as letras adaptadas e outros componentes da campanha, incluindo apresentações ao vivo e materiais impressos e digitais com mensagens de prevenção, apoiam o objetivo de fornecer informações relevantes para conscientizar os refugiados e migrantes sobre os perigos de serem enganados. Além disso, pretende alertar para o trabalho forçado, que os pode tornar vítimas de exploração sexual ou mendicidade, entre outras formas de tráfico de pessoas.”

Banda

Como parte da campanha, a banda Vos y yo, que gravou a faixa, viajou entre Cúcuta, Colômbia, a cidade na fronteira com a Venezuela, e Bogotá, apresentando-se para mais de 1.000 pessoas em cerca de 20 shows ao vivo na semana passada.

Os refugiados e migrantes venezuelanos receberam mensagens adicionais para impedir que caíssem em redes de tráfico humano. A OIM destaca que este crime viola os direitos humanos e busca benefícios econômicos ou outros através da exploração de pessoas, dentro e fora da Colômbia.

Migrantes e Refugiados

Agências da ONU apontam que até junho de 2019, mais de quatro milhões de venezuelanos teriam deixado o seu país de origem. Até o momento, de acordo com a Plataforma de Coordenação para Refugiados e Migrantes da Venezuela, R4V, a vizinha Colômbia tem sido o principal destino dos migrantes e refugiados do país.  

Conforme relatado do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, até 30 de abril de 2019, quase 1,3 milhão de venezuelanos permanecem na Colômbia.

OIM

Desde meados da década de 1990, a OIM e seus parceiros globais forneceram proteção e assistência a quase 100 mil homens, mulheres e crianças vítimas de tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual e laboral, escravidão e outras práticas similares, como servidão doméstica ou remoção de órgãos.

As mensagens da campanha podem ser disseminadas e replicadas entre as comunidades de refugiados e migrantes, com a hashtag #TuVidaCambia.