Primeira fazenda de coral comercial do mundo abre na ilha Grande Bahama
Iniciativa de jovem Campeão da Terra para a América Latina e Caribe busca promover uma restauração mais resiliente dos recifes de corais; previsão é de que até 2050, 90% dos recifes de coral do mundo tenham morrido.
Os recifes de corais estão morrendo em todo o mundo. Segundo o Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, a previsão é de que até 2050, 90% dos recifes de corais tenham morrido.
Com a intenção de tentar ajudar a reverter este cenário, um jovem Campeão da Terra para a América Latina e Caribe, abriu a primeira fazenda comercial terrestre de corais do mundo na ilha Grande Bahama.
Restauração
Gator Halpern, que também é cofundador da Coral Vita, busca promover uma restauração mais resiliente dos recifes de corais. A iniciativa usa tecnologia de ponta de micro fragmentação , que consegue fazer com que os corais cresçam 50 vezes mais rápido do que o ritmo normal, acelerando a restauração dos recifes em meses, ao invés de décadas.
O processo também aumenta a diversidade de espécies, enquanto reforça a resiliência dos corais para lidar com as ameaças causadas pelo aquecimento global, como o aumento da temperatura oceânica e a acidez.
Bahamas
A cada ano, as Bahamas recebem mais de 6 milhões de visitantes em suas ilhas. A ideia é fazer com que a fazenda se torne um importante centro de educação, ensinando as comunidades sobre a necessidade de restaurar os recifes de corais que estão morrendo.
Localizada em Freeport, na ilha Grande Bahama, a fazenda foi inaugurada oficialmente em 31 de maio. Na ocasião, o vice-primeiro-ministro, Peter Turnquest, destacou que "a menos que os países ao redor do mundo tomem medidas sérias e deliberadas, em menos de uma geração, os recifes que ajudam a alimentar o peixe e mariscos que acabam em nossas mesas de jantar podem ter desaparecido."
Fazenda
A fazenda pretende restaurar os recifes de corais da ilha, apresentados no filme "Chasing Coral" da Netflix. Ao trabalhar em conjunto com cientistas, comunidades, produtores de corais, empresas, investidores e governos, a iniciativa também pretende fornecer projetos de restauração com corais mais resistentes.
Halpern disse estar “muito animado em trabalhar com a comunidade de Grande Bahama para trazer os recifes da ilha de volta à vida.”
O representante acredita que a “fazenda também será um centro de educação para estudantes locais e turistas, onde os hóspedes poderão aprender sobre a importância de manter os corais vivos e ajudar a restaurar e revitalizar os ecossistemas que sustentam a todos.”
Confira mais informações sobre o projeto neste vídeo sobre a iniciativa (em inglês).
Futuro
Já o especialista em ecossistemas marinhos e costeiros do Pnuma, Gabriel Grimsditch, lembrou que o “futuro dos recifes de corais está ameaçado, ameaçando mais de um milhão de espécies marinhas e centenas de milhões de pessoas costeiras que dependem deles para alimentos, meios de subsistência e proteção costeira.”
Grimsditch apontou que é preciso urgentemente “abordar os principais impulsionadores da degradação dos recifes de coral, incluindo as emissões de gases de efeito estufa, a poluição e a pesca destrutiva.”
O representante destacou ainda que ao mesmo tempo, “a comunidade de recifes de coral está avançando na eficácia e escalabilidade da restauração de recifes de corais, e isso pode ser uma parte necessária da equação se quisermos recifes de coral em funcionamento no futuro”.
A Coral Vita é uma empresa de restauração de recifes que cultiva corais resilientes para restaurar recifes ameaçados.