Em Dia Mundial dos Oceanos, ONU pede atenção ao impacto das ações humanas BR

Atualmente, 13 milhões de toneladas de plástico acabam nas águas dos mares a cada ano; em 2019, lema da data é Gênero e o Oceano; oceanos absorvem cerca de 30% do dióxido de carbono produzido pelos seres humanos.
Os oceanos cobrem três quartos da superfície da Terra, contêm 97% da água e representam 99% do espaço vital do planeta em volume. Segundo as Nações Unidas, mais de 3 bilhões de pessoas dependem da biodiversidade marinha e costeira para sua subsistência.
É para lembrar o importante papel destas várias formas de vida para os humanos, que 8 de junho marca o Dia Mundial dos Oceanos. O objetivo da data é informar o público sobre o impacto das ações humanas nos oceanos, desenvolver um movimento mundial de cidadãos e mobilizar e unir a população mundial em um projeto para o manejo sustentável dos oceanos do mundo.
Em mensagem para marcar o dia, o secretário-geral da ONU lembrou que os “oceanos e mares se conectam e nos sustentam”. António Guterres destacou que “eles abrigam uma vasta biodiversidade e são uma defesa vital contra a emergência climática global.”
O chefe das Nações Unidas disse que no entanto, os “oceanos estão sob ameaça sem precedentes.” Ele apontou que “nos últimos 150 anos, cerca de metade de todos os corais vivos foram perdidos” e que “nas últimas quatro décadas, a poluição plástica nos oceanos aumentou 10 vezes.”
Guterres enfatizou que é preciso “atuar em vários setores para atender às demandas conflitantes da indústria, pesca, transporte, mineração e turismo que estão criando níveis insustentáveis de estresse nos ecossistemas marinhos e costeiros.”
O representante disse ainda que o “Apelo à Ação”, adotado na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas em 2017, ajuda a apontar o caminho e, enquanto aguardamos o próximo encontro deste tipo, em Lisboa, em 2020, vamos todos fazer o máximo para proteger e preservar este recurso essencial para o desenvolvimento sustentável.”
Atualmente, 13 milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos a cada ano, provocando a morte de 100 mil animais marinhos por ano, além de outros danos.
Enquanto a maioria dos plásticos deve permanecer intacta por décadas ou séculos após o uso, aqueles que sofrem erosão acabam como micro-plásticos, consumidos por peixes e outros animais marinhos, entrando rapidamente na cadeia alimentar global.
Em declarações à ONU News, em Nova Iorque, o embaixador de Portugal, Francisco Duarte Lopes, contou como a questão do plástico será abordada na Conferência da ONU sobre os Oceanos em 2020, que acontecerá em Lisboa.
“Vamos certamente falar da necessidade de reduzir a utilização de plástico de uso descartável. Para nós, é simbolicamente importante que esta semana, quando celebramos o Dia Mundial dos Oceanos, possamos também assinalar aqui, neste edifício das Nações Unidas o fim da utilização de plásticos de uso descartável, algo que o grupo dos amigos dos oceanos, que Portugal preside, juntamente com as ilhas Fiji, tem estado a defender já a algum tempo.”
Este ano, o lema do Dia Mundial dos Oceanos é Gênero e o Oceano. A ONU destaca que a intenção é descobrir formas possíveis de promover a igualdade de gênero em atividades relacionadas ao oceano, como pesquisa científica marinha, pesca, trabalho no mar, migração marítima e tráfico de seres humanos, assim como decisões políticas e gestão.
Para as Nações Unidas, a importância da igualdade de gênero, em particular para a conservação efetiva e o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos, é cada vez mais reconhecida.
No entanto, há muito poucos dados e pesquisas sobre essas questões, e uma ação conjunta para a igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas ainda é necessária em todos os setores relacionados com o oceano para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de número 5.