Guterres diz que “não há tempo a perder” em Dia Mundial do Meio Ambiente

Secretário-geral pede ação para proteger o ambiente e disse que esta é a batalha das nossas vidas; tema das celebrações desse ano é poluição do ar; país anfitrião é a China onde projeto de bicicletas é exemplo internacional.
Em mensagem sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente, marcado este 5 de junho, o secretário-geral afirmou que “o ambiente enfrenta perigos sem precedentes, causados pela atividade humana.”
António Guterres destaca “o quanto dependemos da natureza e da saúde do nosso planeta”, desde a qualidade da água que se bebe, aos alimentos que se come ao ar que se respira.
O chefe da ONU destaca depois uma série de ameaças, dizendo que 1 milhão de espécies estão em risco de extinção. A mensagem destaca que os oceanos estão sob pressão, a poluição do ar custa 7 milhões de vidas todos os anos e prejudica o desenvolvimento das crianças.
Guterres afirma que “muitos poluentes do ar também provocam aquecimento global” e “a mudança climática é uma ameaça existencial.”
O secretário-geral diz que, na sua recente visita ao Pacífico Sul, viu em primeira mão os graves impactos da emergência climática global e o seu agravamento.” Segundo ele, “não há tempo a perder” porque “esta é a batalha das nossas vidas.”
Guterres diz que o mundo precisa “vencer esta luta”, e pode fazê-lo, porque “existem soluções.”
Segundo o representante, é preciso tributar a poluição, não as pessoas, eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis e, por fim, parar a construção de novas centrais de carvão.
O chefe da ONU termina a mensagem dizendo que “pessoas em todos os lugares exigem ação” e pede que, no Dia Mundial do Meio Ambiente, a comunidade internacional responda a este apelo.
O tema do dia em 2019 é poluição do ar e o país anfitrião é a China. Os eventos principais acontecem na cidade de Hangzhou.
A China era considerada o "reino da bicicleta", mas nas últimas quatro décadas a prosperidade econômica e a urbanização fizeram com que muitas pessoas começassem usando automóveis, o que piorou de forma acentuada a qualidade do ar.
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UNBiodiversity
Na cidade que acolhe os eventos do Dia Mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, a poluição do ar está bem acima do nível considerado seguro.
Para resolver o problema, as autoridades promovem o ciclismo, aliado à tecnologia digital, para reduzir a poluição. Outras cidades já seguem o exemplo chinês.
Na última década, o governo local melhorou as infraestruturas, criando pistas e sinais de trânsito exclusivamente para ciclistas. Foram distribuídas quase 86 mil bicicletas públicas e um cartão inteligente permitindo que as pessoas usem facilmente todas as formas de transporte público, incluindo a barcos e ônibus.
O gerente geral do Serviço Público de Bicicletas de Hangzhou, Tao Xuejun, disse à ONU News que "no total, foram realizadas 760 milhões de viagens, quase metade da população da China."
Segundo ele, mais de 400 cidades na China adotaram o projeto. Ele diz que “o sonho é promover o modelo em toda a China e em todo o mundo.”
O ciclismo tornou-se uma escolha tão popular para os cidadãos locais e turistas que os esforços tiveram reconhecimento internacional, incluindo o Prêmio Internacional Ashden de Viagens Sustentáveis.