Nova onda de violência forçou 300 mil pessoas a fugir na Síria
Milhares de hectares de safras e terras agrícolas foram perdidas com ataques e altas temperaturas; PMA quer maior acesso de funcionários humanitários aos necessitados; mais de 3,5 milhões de pessoas recebem apoio alimentar no país.
Pelo menos 300 mil pessoas foram forçadas a fugir das suas casas devido ao mais recente surto de violência nas áreas de Idlib e norte de Hama na Síria.
A situação provocou dezenas de vítimas além da queimada de milhares de hectares de safras essenciais e terras agrícolas, segundo o Programa Mundial de Alimentação, PMA.
Acampamentos
A agência da ONU fez chegar ajuda alimentar a 200 mil desses recém-deslocados. Grande parte deles procura abrigo em acampamentos superlotados no norte de Idlib, enquanto outros fugiram para o nordeste de Alepo.
A resposta de emergência do PMA envolve a entrega de alimentos a 700 mil beneficiários a cada mês na região.
Mais de 3 milhões de pessoas vivem na região de Hama, em Idlib e na zona rural ocidental de Alepo. Elas foram isoladas pelo conflito e somente podem ser alcançadas via Turquia.
Com a escalada da violência, o plano da agência é fazer chegar ajuda alimentar a 823 mil pessoas por mês nessas áreas.
Escalada
A distribuição de alimentos foi suspensa com a continuação de ataques, principalmente no norte de Hama e no sul de Idlib. O PMA disse “lamentar a escalada da violência em níveis tão drásticos no noroeste”.
A agência destaca que não somente têm aumentado o número de deslocados e de vidas perdidas, mas também foram destruídos campos com culturas essenciais para a segurança alimentar como cevada, trigo e legumes.
Com essa situação, os agricultores não podem mais ter acesso aos seus campos ou cuidar de suas culturas durante esta época que termina em meados de junho.
Outro fator negativo são as queimadas devido às altas temperaturas na região. Até agora, em toda a Síria, menos de 5% das plantações foram danificadas.
Subsistência
Os principais desafios incluem a falta de combustível em áreas próximas do conflito e a perda de meios de subsistência dos agricultores e suas famílias.
O PMA apela as partes envolvidas no conflito que respeitem a vida dos civis e a infraestrutura. A agência quer ainda que seja permitido o acesso seguro dos funcionários humanitários aos necessitados, no país onde mais de 3,5 milhões de pessoas recebem apoio todos os meses.