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Mulheres na liderança trazem melhor desempenho para as empresas, diz relatório 

A OIT define equilíbrio de género na alta administração como 40% a 60% de ambos os sexos, tal como na força de trabalho geral.
Banco Mundial/ Lakshman Nadaraja
A OIT define equilíbrio de género na alta administração como 40% a 60% de ambos os sexos, tal como na força de trabalho geral.

Mulheres na liderança trazem melhor desempenho para as empresas, diz relatório 

Mulheres

Estudo da OIT mostra que diversidade de género pode gerar até 20% de crescimento de lucros; pesquisa abrangeu 13 mil empresas em 70 países; entre países analisados em África, Cabo Verde é o segundo com maior percentagem de mulheres em cargos de topo.

As empresas com diversidade de géneros, particularmente ao nível sénior, têm um melhor desempenho, incluindo aumentos significativos dos lucros.

Esta é uma das conclusões de um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho, OIT, lançado esta quarta-feira em Genebra. A pesquisa entrevistou cerca de 13 mil empresas em 70 países.

Resultados

A agência recomenda que sejam melhoradas as políticas que apoiam a inclusão e equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, para homens e mulheres, como horário flexível e licença paternidade.
A agência recomenda que sejam melhoradas as políticas que apoiam a inclusão e equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, para homens e mulheres, como horário flexível e licença paternidade.Unicef/ UN0312533/Filippov

Mais de 57% dos entrevistados concordaram que as iniciativas de diversidade de género melhoraram os seus resultados.

Quase três quartos das empresas que dão prioridade à diversidade de género na sua gestão, relataram aumentos dos lucros entre os 5% e os 20%. A maioria regista um crescimento entre os 10% e os 15%.

Para 57% delas, uma maior participação feminina em cargos de liderança torna mais fácil atrair e reter talentos e mais de 54% viram melhorias na criatividade e na inovação.

Ainda segundo o relatório, uma proporção semelhante afirmou que a inclusão efetiva de género aumentou a reputação da sua empresa.

Lusófonos

O relatório analisou, por regiões, a percentagem feminina em posições de gestão e liderança. Em África, dos 28 países que participaram neste estudo, Cabo Verde é o segundo com maior percentagem de mulheres em posição de liderança. Moçambique surge na 20ª posição e Angola em 26º lugar. 

Nas empresas avaliadas na Europa, Portugal é vigésimo com mais participação de altos quadros femininos dos 47 países avaliados. No grupo das nações asiáticas, Timor-Leste aparece na 11ª posição entre os 29 países estudados. 

Equilíbrio de Género

Em África, dos 28 países que participaram neste estudo, Cabo Verde é o segundo com maior percentagem de mulheres em posição de liderança.
Em África, dos 28 países que participaram neste estudo, Cabo Verde é o segundo com maior percentagem de mulheres em posição de liderança.Pnuma/ Georgina Smith

Para a diretora do Escritório da OIT para as Atividades dos Empregadores, Deborah France-Massin, “as empresas devem olhar para o equilíbrio de género como uma questão de fundo, não apenas uma questão de recursos humanos.”

France-Massin sublinha que era de se esperar “uma correlação positiva entre a diversidade de géneros e o sucesso nos negócios” mas considera que “estes resultados são reveladores."

O relatório concluiu também que, a nível nacional, um aumento do emprego feminino está positivamente associado ao crescimento do Produto Interno bruto, PIB. A conclusão baseia-se numa análise de dados de 186 países durante o período 1991-2017.

Recomendações

A OIT define equilíbrio de género na alta administração como 40% a 60% de ambos os sexos, tal como na força de trabalho geral.

O relatório diz que os benefícios da diversidade de género começam a ser visíveis quando as mulheres detêm 30% das posições de liderança. No entanto, quase 60% das empresas não atingem essa meta, apesar de três quartos das que foram entrevistadas terem oportunidades iguais ou políticas de diversidade e inclusão.

Por isso, o relatório diz que são necessárias ações mais específicas para garantir que as mulheres sejam visíveis e promovidas para áreas de negócio estratégicas.

A OIT identificou alguns fatores-chave que impedem as mulheres de alcançar posições de tomada de decisão como a cultura empresarial que exige disponibilidade “a qualquer hora, em qualquer lugar”, que afetam desproporcionalmente as mulheres, em relação às responsabilidades domésticas e familiares.

A agência recomenda que sejam melhoradas as políticas que apoiam a inclusão e equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, para homens e mulheres, como horário flexível e licença paternidade.