Argélia e Argentina declaradas livres da malária
Doença provoca cerca de 435 mil mortes por ano; Argélia é primeira nação africana que recebe essa certificação em mais de 40 anos; Opas defende que Argentina servirá como inspiração e exemplo para as Américas.
A Argélia e a Argentina foram declaradas livres da malária pela Organização Mundial de Saúde, OMS.
Os certificados foram apresentados aos representantes dos dois países pelo diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, em paralelo à 72ª sessão da Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.
Mortes
Por não registrarem novos casos em mais de três anos, os dois países se juntam a outras 36 nações do mundo que eliminaram a doença responsável por cerca de 435 mil mortes por ano.
Para o diretor-geral da OMS, a eliminação da doença nos dois países foi alcançada graças ao “compromisso inabalável e à perseverança das pessoas e líderes de ambos os países”.
O sucesso das duas nações serve como “modelo para outros países que trabalham para acabar com esta doença de uma vez por todas”.
De acordo com a OMS, o número de casos registrados no mundo aumentou em 3 milhões em 2017 para um total atual de 219 milhões.
Descoberta
Nos anos 60, a Argélia teve cerca de 80 mil casos por ano que caíram para quase 28 mil em 2000. O país não registra novas infecções desde 2013, sendo a primeira nação africana a ser declarada livre de malária em mais de 40 anos. As ilhas Maurícias eliminaram a doença em 1973.
A diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, lembrou que sendo a Argélia o país onde o parasita da malária foi descoberto em humanos há quase um século e meio, esse foi um marco significativo na resposta.
A descoberta foi feita pelo médico francês Charles Louis Alphonse Laveran em 1880.
Com este avanço, a Argélia “mostrou ao resto da África que a malária pode ser derrotada por meio da liderança do país, ação ousada, investimento sólido e ciência. O resto do continente pode aprender com essa experiência”.
Vigilância
Já a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, destacou que a Argentina relatou o último caso nativo em 2010 e “demonstrou o compromisso, a capacidade dentro de seus sistemas de saúde, laboratório e vigilância, e o financiamento necessário para impedir o restabelecimento da malária no país”.
Carissa F. Etienne estar certa de que a Argentina servirá como inspiração e exemplo para outros países das Américas para se alcançar a eliminação da malária nos próximos anos.