Assembleia Mundial da Saúde preocupada com epidemia de ébola na RD Congo
OMS e parceiros discutem formas de combate ao surto que conta com 1.826 casos confirmados; insegurança e violência comprometem eliminação da epidemia; foram examinadas 5 milhões de pessoas nos últimos nove meses.
As autoridades da República Democrática do Congo, RD Congo, e a Organização Mundial de Saúde, OMS, estão preocupadas com a insegurança que se vive no país e que prejudica a resposta contra a propagação do vírus do ébola.
Durante a 72º Assembleia Mundial de Saúde que está a ter lugar esta semana, em Genebra, as autoridades congolesas confirmaram a complexidade da situação, especialmente, nas províncias de Kivu do Norte e Ituri.
Insegurança
Durante a sua intervenção, o ministro da Saúde da RD Congo, Oly Ilunga, explicou que "o que está a atrasar a eliminação desta epidemia são os problemas relacionados com segurança e violência.”
Desde o início do surto de ébola, que dura há nove meses na RD Congo, foram notificados 1.826 casos, 1.738 confirmados e 88 prováveis, e 1.218 mortes.
Números que ficam aquém das 11 mil mortes causadas pela epidemia que assolou a Libéria, a Serra Leoa e a Guiné entre 2014 e 2016, mas que ainda assim estão a preocupar as Nações Unidas e os seus parceiros.
Ataques
De acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, o surto ainda está ativo “não porque não se tenha as ferramentas ou as competências necessárias, mas porque não há acesso regular às comunidades em que é necessário intervir.”
Além disso, o último relatório epidemiológico do Ministério da Saúde congolês, datado de 20 de maio de 2019, reporta um ataque a uma viatura funerária no cemitério de Kanzunza, na cidade de Butembo.
O veículo foi danificado e três agentes da polícia ficaram levemente feridos, porque, segundo o relatório, as pessoas que vivem perto de certos cemitérios públicos são hostis a enterros de pessoas que que morreram de ébola."
Progressos
Ilunga explica que como resultado, este ambiente crescente de insegurança coloca os profissionais de saúde congoleses, a equipe da OMS e outras organizações em uma situação complicada.
O responsável elencou também os "muitos sucessos" do trabalho que está ser feito no terreno.
Segundo ele, em nove meses, a epidemia foi contida em duas províncias, não tendo havido propagação a outras províncias da RD Congo, “apesar da alta mobilidade da população."
Foram examinados mais de 50 milhões de passageiros nos postos de controlo nos pontos de entrada e foi possível conter o vírus nas fronteiras, poupando os países vizinhos graças à colaboração transfronteiriça.