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Brasileira, nova embaixadora da Boa Vontade da OMS, diz que é “uma honra representar o país” BR

A médica brasileira Natália Loewe Becker, esposa do goleiro brasileiro Alisson Becker, é a mais nova embaixadora da Boa Vontade da OMS
Alessandra Pinho
A médica brasileira Natália Loewe Becker, esposa do goleiro brasileiro Alisson Becker, é a mais nova embaixadora da Boa Vontade da OMS

Brasileira, nova embaixadora da Boa Vontade da OMS, diz que é “uma honra representar o país”

Saúde

A médica brasileira Natália Loewe Becker, esposa do goleiro Alisson Becker, é uma das novas embaixadoras da Boa Vontade anunciadas pela Organização Mundial da Saúde; em entrevista exclusiva à ONU News, a especialista diz que vacinação, nutrição e saneamento serão prioridades de sua atuação.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, anunciou esta segunda-feira quatro novos embaixadores da Boa Vontade. A médica Natália Loewe Becker e o marido, o goleiro Alisson Becker, foram dois dos escolhidos pela agência.

Em entrevista à ONU News, Natália Becker disse que gostaria de focar nas crianças, procurando aumentar taxas de vacinação, amamentação e condições de saneamento básico.

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A médica diz que aceitou “com muito gosto” o convite da agência, porque partilha a visão de tratar as pessoas como um todo, não apenas as doenças.

Como é que recebeu esta notícia?

Me sinto muito honrada por estar tendo esta oportunidade, juntamente de um órgão tão importante como a Organização Mundial da Saúde, OMS, que, para mim, como médica, sempre acompanhei, sempre foi uma referência como estudante e depois atuando como médica.

Recebemos essa notícia com muita gratidão e com muita honra de poder estar representando nosso país e poder ter essa oportunidade, diante do mundo inteiro, de estar promovendo a saúde para as pessoas.

Como é que gostaria de usar este cargo? Quais são as áreas que mais preocupam e que trabalho gosta de fazer?

Eu sempre fui muito envolvida com a questão das crianças. Eu gosto muito de trabalhar com criança, eu sou mãe e estou grávida agora do meu segundo filho, então para mim é algo muito natural trabalhar com crianças.

A minha visão, como médica, é de que a gente tem como promover um aumento nas taxas de vacinação, de nutrição infantil, através da amamentação, através da alimentação adequada na gravidez, a nutrição nos primeiros dias de vida da criança, no primeiro, segundo ano de vida. Acredito que a junção dessas duas coisas e uma melhora no saneamento básico poderia mudar a vida de muitas e muitas crianças pelo mundo inteiro e promover uma saúde mais digna e completa para todos, um acesso melhor à saúde.

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Em relação ao Brasil, quais são as áreas que mais a preocupam e como é que gostava de ajudar?

Eu acredito que são essas áreas que vão estar no nosso foco. A vacinação, a nutrição, a melhora no saneamento básico e o aumento no incentivo de um estilo de vida saudável desde criança, no sentido de prevenir doenças e não só tratá-las.

Acho que isso vem muito forte e creio que podemos aumentar as taxas tanto de vacinação como de amamentação no Brasil. Seria algo que, em todos os quesitos, desde econômico até de provisão de saúde, mudaria a vida das nossas crianças e, posteriormente, da próxima geração de adultos.

Creio que é uma área que o Brasil precisa e que já vem melhorando. Com a nossa ajuda, espero poder proporcionar ainda mais medidas de saneamento básico, para pessoas que não têm, o que no Brasil é uma realidade, a falta de saneamento básico nas comunidades, e propor uma saúde digna, a que todos tenham acesso. Que seja universal o acesso à saúde, essa é a minha maior atenção.

Não nasci para cuidar de doenças, eu nasci para cuidar de pessoas, e esse é o meu maior sonho

Nos seus anos como médica, qual foi a maior lição que aprendeu e gosta de compartilhar?

Desde o tempo da faculdade, o que mais me tocou e mais me motivou sempre era nunca tratar doenças, nunca tratar problemas, e sim cuidar pessoas, tratar pessoas. Enxergar a pessoa não como uma doença, mas como um ser humano que precisa ser tratado e visto como algo maior do que uma doença. Passar a entender a realidade que essa pessoa vive, os problemas que essa pessoa enfrenta e, dentro disso, poder tratar dentro da necessidade dela.

Então, eu tenho muito forte no meu coração, que não é a doença. Eu não nasci para cuidar de doenças, eu nasci para cuidar de pessoas, e esse é o meu maior sonho. Isso me fez receber esse convite da OMS com muita gratidão, porque eles têm essa visão, de tratar o todo, não tratar apenas doenças, prevenir e proporcionar saúde de forma integral para as pessoas.

Dois novos embaixadores da Boa Vontade da OMS são brasileiros