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Novos ataques aéreos mataram cinco menores e feriram 16 no Iêmen BR

O Iêmen tem mais de 275 mil refugiados, candidatos a asilo e migrantes
© Acnur/Shadi Abusneida
O Iêmen tem mais de 275 mil refugiados, candidatos a asilo e migrantes

Novos ataques aéreos mataram cinco menores e feriram 16 no Iêmen

Paz e segurança

Acnur apela a combatentes que respeitem leis sobre a proteção de civis; refugiados estão entre os feridos e afetados; Unicef estima que oito crianças são mortas, feridas ou recrutadas por dia devido ao conflito no país.

Unicef estima que oito crianças são mortas, feridas ou recrutadas por dia devido ao conflito no Iêmen
Unicef estima que oito crianças são mortas, feridas ou recrutadas por dia devido ao conflito no Iêmen. Foto: Pnud Iêmen

Agências das Nações Unidas condenaram ataques aéreos que na quinta-feira provocaram várias mortes, incluindo crianças na capital iemenita, Sanaa.

O Escritório dos Assuntos Humanitários, Ocha,  confirmou que pelo menos cinco menores perderam a vida e outras 16 pessoas ficaram feridas no ataque.

Obrigações

Em nota, emitida em Genebra, o porta-voz do escritório, Jens  Laerke, destaca que os detalhes continuam escassos, não há qualquer indicação de locais exatos atingidos mas sabe-se que entre as vítimas civis estão profissionais de saúde.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, apelou aos combatentes que respeitem a proteção de civis e suas obrigações sob o Direito Internacional Humanitário.

O porta-voz da agência, Andrej Mahecic, afirmou que há refugiados entre os feridos e afetados. Um dos exemplos é o de uma refugiada somali em estado crítico e sua filha que agora recebem tratamento em um hospital.

O país tem mais de 275 mil refugiados, candidatos a asilo e migrantes. Destes, cerca de 90% são provenientes de países africanos.

Suprimentos entram no Iêmen através de portos no mar Vermelho, onde a milícia houthi Ansar Allah foi desmobilizada esta semana
Unmha
Suprimentos entram no Iêmen através de portos no mar Vermelho, onde a milícia houthi Ansar Allah foi desmobilizada esta semana

Portos do Mar Vermelho  

A insegurança no Iêmen levou milhões de pessoas a passar fome devido aos problemas de acesso que dificultam o trabalho dos funcionários humanitários em áreas como distribuição de alimentos, de combustíveis e de remédios.

A maioria desses suprimentos entra no país através dos portos de Hodeida, Saleef e Ras Issa, no mar Vermelho, onde a milícia houthi Ansar Allah foi desmobilizada esta semana como parte do acordo entre as partes apoiado pela ONU em Estocolmo.

O Programa Mundial de Alimentação, PMA, informou que a reparação de silos e de maquinaria está em fase de conclusão. O porta-voz da agência, Hervé Verhoosel, pediu maior acesso aos portos por faltarem mais veículos e máquinas para as fábricas.

Conflito no Iémen já dura cinco anos.
Ocha/Giles Clarke
Conflito no Iémen já dura cinco anos.

Mortes

Com o fim desses obstáculos, a agência quer começar a moer trigo e começar a transportá-lo para os mais necessitados.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, pediu ao Conselho de Segurança ações para ajudar a salvar a vida de 15 milhões de crianças afetadas pela guerra que matou e feriu pelo menos 7,3 mil crianças.

A representante destacou que estes números eram oficiais e na realidade podiam  ser bem mais mais elevados.

Uma média de oito crianças são mortas, feridas ou recrutadas por dia em confrontos entre a aliança que apoia o governo iemenita e forças da oposição houthi. O Unicef revela que uma criança morre de uma causa evitável a cada 10 minutos.

Unicef: 8 crianças são mortas ou feridas todos os dias no Iêmen