Clima: Guterres quer “decisões, vontade política e políticas de transformação”
Secretário-geral acredita em emissões zero ou neutralidade de carbono até 2050; planeta “não pode ter” aumento de temperatura acima de 1,5 ºC; chefe da ONU destacou crescente cooperação de instituições financeiras internacionais.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, considera necessário “mobilizar a comunidade internacional” para a ação climática, sublinhando que “os Estados insulares do Pacífico têm uma enorme autoridade moral para fazê-lo.”
Guterres defende que é possível alcançar os objetivos de combate às alterações climáticas com “decisões, vontade política e políticas de transformação”
Medidas

Falando a jornalistas em Suva, capital das Ilhas Fiji, Guterres destacou que “é necessário deixar claro que o planeta não pode ter um aumento de temperatura no final do século acima de 1,5 ºC ." Para isso, o chefe da ONU realçou que é necessário “alcançar emissões zero ou neutralidade de carbono em 2050.”
O secretário-geral lembrou que não é só o Pacífico que está em perigo mas “todo o planeta está em jogo e o Pacífico está na linha de frente”, agradecendo aos líderes da região pelo trabalho desenvolvido para “resgatar o planeta.”
O secretário-geral mencionou medidas concretas para atingir este objetivo, como a transferência dos impostos dos salários para as emissões de carbono ou a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis.
Para ele, a necessidade de combustíveis fósseis precisa acabar porque “é inaceitável que o dinheiro dos contribuintes seja gasto subsidiando combustíveis fósseis para fazer os oceanos subirem, espalhar tempestades terríveis, aumentar a seca em várias áreas do mundo e branquear os corais.”
Recursos
Outra medida defendida pelo chefe da ONU é “impedir a construção de novas centrais a carvão a partir de 2020.”
Afirmando que os Estados insulares do Pacífico não contribuem para as mudanças climáticas, Guterres lembra que “estão na primeira linha do impacto negativo da mudança climática, e estão fazendo tudo não apenas para proteger suas populações e sua cultura, mas também para reduzir suas emissões de um exemplo para os países mais desenvolvidos do mundo.”
Aos jornalistas, Guterres explicou também que nomeou o presidente de França, o primeiro-ministro da Jamaica e o emir do Qatar para liderarem os esforços internacionais de aplicação de US$ 100 bilhões . A partir de 2020, o valor irá financiar os países em desenvolvimento para que possam transitar para uma economia verde.
O chefe da ONU destacou também a crescente cooperação das instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial. A instituição financeira anunciou “que está duplicando o seu apoio à ação climática de US$ 200 bilhões para US$ 400 bilhões em cinco anos.