ONU suspende assistência alimentar devido à insegurança na Síria
Segundo o PAM mais de 47 mil pessoas no sul de Idlib serão afetadas pela medida temporária; escalada de violência na região causa danos a infraestruturas civis; ONU apela às partes que cumpram cessar-fogo para poder prestar apoio humanitário.
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, informou esta sexta-feira que suspendeu a distribuição de assistência alimentar no sul da cidade síria de Idlib devido à insegurança na região.
Segundo o porta-voz da agência, Herve Verhoosel, o PMA e parceiros ainda distribuem refeições e suplementos alimentares “onde a situação de segurança permitir.”
Violência
No entanto, segundo o responsável, há zonas onde as infraestruturas foram afetadas pela escalada da violência, o que obrigou a deslocar trabalhadores humanitários.
Neste momento, 47,5 mil pessoas deixaram de ter acesso à assistência alimentar do PMA.
Falando a jornalistas, a partir de Genebra, Verhoosel repetiu o apelo do PMA e da ONU a todas as partes envolvidas no conflito “para que protejam os civis a todo o custo” e respeitem “as suas obrigações ao abrigo do direito internacional humanitário e do direito internacional em matéria de direitos humanos.”
As Nações Unidas pedem a todos que cumpram novamente o acordo de cessar-fogo assinado entre a Turquia e a Rússia em setembro de 2018.
Conflito
O conflito na Síria arrasta-se há oito anos, levando milhões de sírios à fome e à pobreza. A situação obrigou a milhões de pessoas a abandonar as suas casas dentro e fora da Síria.
Segundo a ONU, mais de 5 milhões de refugiados sírios vivem na região que “enfrenta problemas económicos, sociais e de desenvolvimento.”
O PMA sublinha que a assistência alimentar ajuda as economias locais, reduzindo as tensões com as comunidades anfitriãs. Neste momento, apesar dos desafios no terreno, a agência presta auxílio a mais de 3 milhões de pessoas todos os meses.
Além disso, o PMA fornece alimentos para mais de 600 mil crianças em idade escolar. Esta medida pretende incentivar os pais a mandarem seus filhos para a escola, numa altura em que se estima que 1,7 milhão de crianças estejam fora do ensino.