ONU alerta para poluição causada pela queima de lixo plástico BR

Segundo Programa da ONU para o Meio Ambiente, incineração de resíduos plásticos a céu aberto é uma das principais fontes de poluição do ar; plástico representa cerca de 12% da maior parte dos resíduos sólidos municipais; 40% de todo o lixo do mundo é queimado.
A queima do plástico cheira muito mal e também causa aquela sensação de que você vai sufocar.
Segundo o Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, isso não é uma surpresa, já que o plástico é feito basicamente de petróleo e, ao ser queimado, libera gases tóxicos.
O estudo Poluentes Tóxicos do Lixo Plástico - Uma Revisão, indica que a incineração de resíduos plásticos a céu aberto é uma das principais fontes de poluição do ar. Em torno de 12% da maior parte dos resíduos sólidos municipais é composta de plástico, de um tipo ou de outro, e 40% de todo o lixo do mundo é queimado.
Para o Pnuma, as proibições de sacolas plásticas recém-anunciadas pela Tanzânia e pela Zâmbia, que seguem as interdições no Quênia e em Ruanda, também são boas notícias para a luta contra a poluição do ar, já que boa parte do lixo da África acaba em chamas.
O ativista James Wakibia, que no ano passado lutou pela interdição das sacolas plásticas no Quênia, acredita que essa é uma notícia positiva e espera que “mais países na África e no mundo sigam o exemplo em abandonar os plásticos descartáveis”. Ao mesmo tempo, ele lamenta que “é triste que a proibição em Uganda não esteja funcionando”.
A queima de plásticos libera gases tóxicos na atmosfera, como dioxinas, furanos, mercúrio e bifenilos policlorados, mais conhecidos pela sigla PCB. A prática representa uma ameaça à vegetação e à saúde humana e animal.
As dioxinas se depositam em plantações e nos cursos de água, onde acabam entrando nos alimentos e, consequentemente, nos corpos dos seres humanos. Essas dioxinas são poluentes orgânicos persistentes e potencialmente letais, que podem causar câncer e prejudicar a tiroide e o sistema respiratório.
Os ftalatos, substâncias químicas que dão ao plástico algumas de suas características mais apreciadas, como flexibilidade e suavidade, são disruptores endócrinos. Eles estão associados a uma variedade de complicações de saúde, desde problemas de fertilidade e problemas neonatais entre bebês até alergias e tipos de asma.
O estudo destaca que “a queima do lixo plástico aumenta o risco de doenças cardíacas, agrava doenças respiratórias, como asma e enfisema, causa irritações na pele, náusea e dores de cabeça, e prejudica o sistema nervoso”.
A queima de plástico também libera o carbono negro, sob a forma de fuligem, que contribui com as mudanças climáticas e a poluição do ar.
Em todo o mundo, esforços estão sendo feitos para reduzir a quantidade de lixo plástico que acaba em aterros sanitários ou nos oceanos. Em março de 2019, a União Europeia aprovou uma lei para proibir até 2021 muitos itens de plástico descartável, como os talheres de plástico, pratos descartáveis, canudos e bastonetes de balões.
Wakibia defende que “o plástico que não pode ser reciclado deve deixar de ser fabricado”.
Para o ativista “realmente não faz sentido fabricar produtos cujo valor é medido em minutos e que persistem por uma eternidade sem se degradar.” Ele enfatiza que os seres humanos estão matando o planeta com a ganância de obter lucro sem cuidado.
Wakibia lembra ainda que “queimar plástico contribui bastante com a poluição do ar e as pessoas que vivem perto dos lixões, e as que trabalham lá estão em grande risco de desenvolver doenças respiratórias e câncer.”
Em março de 2019, a Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente aprovou uma resolução chamada “Enfrentando a poluição por produtos plásticos descartáveis.” A medida incentiva governos e o setor privado a promover um design, produção, uso e gestão que sejam mais eficientes em recursos, considerando o plástico em todo o seu ciclo de vida.
O texto também chama Estados-membros a “tomar ações abrangentes quanto aos produtos descartáveis de plástico, a fim de lidar com o lixo, quando for apropriado, por meio de legislação, implementação de acordos internacionais, fornecimento da infraestrutura adequada de gestão de resíduos, melhoria das práticas de gestão de resíduos e apoio à minimização dos resíduos”.
A poluição do ar é tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano, celebrado em 5 de junho. Como lembra o Pnuma, a qualidade do ar que respiramos depende das escolhas que fazemos todos os dias.
O que você está fazendo para reduzir a pegada das suas emissões? Compartilhe as suas ações com a hashtag #BeatAirPollution, #CombataAPoluiçãoDoAr em português.
As celebrações oficiais do Dia Mundial do Meio Ambiente 2019 ocorrerão na China.