OMS: mundo livre da malária ainda está “muito longe”

Em 2017 foram registos 219 milhões de casos em todo o mundo; África concentra 90% dos casos da doença; ONU celebra Dia Internacional da Malária nesta quinta-feira, 25 de abril.
A Organização Mundial de Saúde, OMS, está preocupada com a estagnação do número de casos de malária ao nível mundial.
Depois de mais de uma década de progresso na redução significativa do número de casos, em 2017, registaram-se 435 mil mortes provocadas pela doença. O número é muito semelhante ao do ano anterior.
Em 2017 foram registados cerca de 219 milhões de casos de malária em 87 países. África continua a ser a região mais afetada, com 90% dos casos.
A agência destaca um dado que considera “preocupante”: nos 10 países africanos mais afetados pela malária, estima-se que tenha havido mais 3,5 milhões de casos em 2017 em relação ao ano anterior.
Burquina Faso, Camarões, República Democrática do Congo, Gana, Mali, Moçambique, Níger, Nigéria, Uganda e Tanzânia são os países onde a incidência é maior.
Por isso, a OMS considera que é necessária “uma ação urgente” e promove, juntamente com vários parceiros a iniciativa "Zero Malária Começa Comigo". A campanha visa manter a malária no topo da agenda política, angariar recursos e capacitar as comunidades para a prevenção da doença.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, considera que “o empoderamento individual e comunitário por meio de iniciativas como esta campanha podem desempenhar um papel fundamental na promoção do progresso na luta global contra a malária.”
O representante reconhece que se “fez um progresso incrível contra a malária”, mas alerta que se está ainda “muito longe” de um mundo livre da doença.
Todos os anos, o número global de novos casos de malária ultrapassa os 200 milhões, sendo que a cada dois minutos, uma criança morre desta doença tratável.
A OMS lembra que os impactos da doença vão muito além da perda de vidas, com a malária a afetar também os sistemas de saúde, minando a produtividade e o crescimento económico.
Por isso, o diretor-geral da agência sublinha que “investir em cuidados de saúde universais é a melhor maneira de garantir que todas as comunidades tenham acesso aos serviços de que necessitam para vencer a malária.”
A tecnologia também tem um papel importante para a prevenção e redução da doença. Assista a este vídeo para saber mais sobre o seu impacto no combate à malária em África: