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Presidente da Assembleia Geral: “multilateralismo é o único caminho para a paz”

Presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa.
Foto: ONU/Manuel Elias
Presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa.

Presidente da Assembleia Geral: “multilateralismo é o único caminho para a paz”

Paz e segurança

María Fernanda Espinosa alerta para a polarização do mundo e ascensão de movimentos nacionalistas; presidente quer modernizar trabalho da Assembleia Geral; ONU tem de ser “mais transparente, eficaz e ágil”.

A presidente da Assembleia Geral da ONU, María Fernanda Espinosa, alerta que o multilateralismo está a ser posto em causa, porque o mundo está “cada vez mais polarizado, mais fragmentado, com mais conflitos e problemas para resolver, da fome à crise humanitária, da mudança climática ao terrorismo.”

Em discurso sobre o primeiro Dia do Multilateralismo e da Diplomacia para a Paz, Espinosa avisa que este sentimento coincide “com o ressurgimento de nacionalismos extremos que questionam a validade e a própria existência de uma ordem internacional baseada em regras.”

Importância

Defendendo uma Organização “mais eficaz, mais transparente e mais ágil”, a presidente da Assembleia Geral acredita que também é necessário alcançar uma ordem internacional mais justa e equitativa.
Defendendo uma Organização “mais eficaz, mais transparente e mais ágil”, a presidente da Assembleia Geral acredita que também é necessário alcançar uma ordem internacional mais justa e equitativa.Foto ONU/ Eskinder Debebe

Em evento organizado pela Assembleia Geral e que contou com a participação dos representantes dos Estados-membros, Espinosa enfatizou a ideia de que o multilateralismo “é o único caminho possível” para a manutenção da paz e o desenvolvimento sustentável. Por isso, considera que é necessário acabar com a “falsa ideia” de que põe em causa a soberania dos Estados.

Referindo-se à necessidade de revitalizar a ONU e reforçar a confiança no multilateralismo, Espinosa destacou que a partir deste ano, todos os dias 24 de abril, serão uma oportunidade para avaliar a contribuição da  ONU para a humanidade.

Defendendo uma organização “mais eficaz, mais transparente e mais ágil”, a presidente da Assembleia Geral acredita que também é necessário alcançar uma ordem internacional mais justa e equitativa.

Esforços

Para tal, apela ao redobrar dos esforços para erradicar a pobreza e reduzir a desigualdade, garantir saúde e educação para todas as pessoas, proteger o meio ambiente e garantir a paz.

Adicionalmente, Espinosa apontou a necessidade de, por um lado, melhorar o trabalho, a qualidade e a implementação das resoluções da ONU, lembrando que é necessário ter coragem para “concretizar e executar as reformas” acordadas.

Garantindo que o multilateralismo continuará a estar no centro do seu trabalho, María Fernanda Espinosa reafirmou que as suas prioridades passam por alcançar “mais diálogo, mais colaboração, mais acordos e mais ações” para assegurar um mundo mais pacífico, mais inclusivo, menos desigual e mais humano.

Legado

A representante quis também lembrar o legado do multilateralismo nas últimas duas décadas, recordando que a ONU “deu origem a acordos fundamentais, de vocação universal, que tornaram o mundo um lugar mais seguro, saudável e justo, com maiores oportunidades para todos.”

Realçando a importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Espinosa sublinhou que nas últimas sete décadas, as Nações Unidas têm sido fundamentais na resolução pacífica de conflitos e controvérsias, salvando milhões de vidas.