ONU condena ataques a igrejas e hotéis no Sri Lanka
Segundo agências de notícias, quase 300 pessoas morreram e 450 ficaram feridas; chefe da ONU disse estar chocado com ato ocorrido no domingo de Páscoa, “um dia sagrado para os cristãos de todo o mundo.”
Em nota emitida pelo seu porta-voz, o secretário-geral das Nações Unidas disse estar “chocado com os ataques terroristas a igrejas e hotéis no Sri Lanka no domingo de Páscoa, um dia sagrado para os cristãos de todo o mundo.” António Guterres também lembrou “a santidade de todos os lugares de culto.”
O chefe da ONU declarou ainda que espera que os responsáveis sejam rapidamente levados à justiça.
Ataques
De acordo com agências de notícias, quase 300 pessoas morreram no ataque e 450 ficaram feridas. Foram relatadas oito explosões, seis delas em Colombo, a capital do país .
Três igrejas localizadas em Negombo, Batticaloa e em Kochchikade, um distrito de Colombo, foram atingidas durante os cultos de Páscoa.
Quatro hotéis, todos na capital, também foram alvos das explosões, incluindo o Shangri-La, Kingsbury o Cinnamon Grand.
Agências de notícias também informaram que o Ministro das Relações Exteriores do Sri Lanka anunciou que 27 cidadãos estrangeiros estão entre as vítimas.
Até o momento, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos atentados, mas a polícia teria prendido sete pessoas ligadas aos ataques.
Guterres expressou as suas mais profundas condolências às famílias das vítimas, ao povo e ao governo do Sri Lanka, e desejou uma rápida recuperação aos feridos. Ele elogiou a liderança demonstrada pelas autoridades e a união do povo do Sri Lanka após os ataques.
O secretário-geral reitera o apoio e a solidariedade das Nações Unidas com o povo e o governo do Sri Lanka neste momento difícil para a nação.
Conselho de Segurança
Os membros do Conselho de Segurança também condenaram veementemente estes ataques terroristas que classifica de "hediondos e covardes"
Em comunicado, os membros daquele órgão expressaram as suas mais "profundas condolências" às famílias das vítimas e ao governo de Sri Lanka, e desejaram uma rápida e completa recuperação a todos os feridos.
Os membros do Conselho de Segurança reafirmaram que o terrorismo em todas as suas formas e manifestações "constitui uma das ameaças mais sérias à paz e segurança internacionais" e sublinharam a "necessidade de responsabilizar os responsáveis, organizadores, financiadores e patrocinadores" destes atos e levá-los à justiça.
Em mensagem no Twitter, a presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa, disse que com a mais profunda tristeza seus “pensamentos estão com as pessoas do Sri Lanka afetadas por outro ato de violência sem sentido”. Espinosa acrescentou que é preciso que todos se unam “em nossa humanidade comum para condenar esses atos hediondos e parar de atacar pessoas inocentes”.
With deepest sadness, my thoughts are with the people of #SriLanka affected by yet another act of senseless violence. We must unite in our common humanity to condemn these heinous acts and stop targeting innocent people #srilankablast @SLUNNewYork @UN
— UN GA President (@UN_PGA) April 21, 2019
Também no Twitter, a coordenadora residente da ONU para a ilha do Oceano Índico, Hanaa Singer, disse que as Nações Unidas "condenam veementemente os terríveis ataques realizados contra civis e fiéis.” Ela enviou sentimentos de pesar às famílias, às vítimas, ao governo e às pessoas e fez uma apelo para que o povo do Sri Lanka “ permaneça unido diante da carnificina”.
Papa
O papa Francisco, em seu discurso de Páscoa, em Roma, teria expressado sua "proximidade afetuosa" com a comunidade cristã no Sri Lanka, que foi atingida enquanto se reunia para uma de suas maiores celebrações do ano.
A violenta guerra civil de 26 anos entre as forças do governo e separatistas Tigres Tâmil, no norte de Sir Lanka terminou em 2009 com a derrota dos rebeldes. Desde então, ocorreram episódios de violência esporádica, alguns atingindo minorias religiosas.
A ilha abriga cerca de 1,5 milhão de cristãos, a grande maioria católica romana.
Em resposta aos ataques deste domingo, um toque de recolher nacional foi implementado e as redes sociais teriam sido bloqueadas.