Especialista da ONU diz que Julian Assange está um passo mais perto da extradição

Jornalista e ativista foi expulso da Embaixada do Equador em Londres esta quinta-feira; Estados Unidos acusaram de conspiração por ações relacionadas à divulgação de documentos do governo no site Wikileaks.
A relatora especial da ONU* sobre execuções extrajudiciais, Agnes Callamard, publicou um tuíte destacando a expulsão do jornalista e ativista Julian Assange da Embaixada do Equador em Londres. Para a especialista independente, a prisão do ciberativista, ocorrida esta quinta-feira, coloca-o um passo mais perto da extradição.
A especialista independente disse que o Reino Unido deteve arbitrariamente Assange e que este tem sua vida em risco. O jornalista ficou refugiado na representação diplomática equatoriana em Londres em 2012, para evitar a extradição para a Suécia pelas autoridades do Reino Unido.
Na Suécia, Assange enfrentou acusações de abuso sexual. Já os Estados Unidos o acusaram de conspiração por ações relacionadas à divulgação de documentos do governo no site Wikileaks.
O governo norte-americano defende que a publicação dessas informações pelo site investigativo colocou em risco a vida de seus cidadãos.
Agências de notícias informaram que o Reino Unido deverá avaliar a extradição do australiano para os EUA, onde pode cumprir até cinco anos de prisão.
O Reino Unido teria dado garantias por escrito ao governo equatoriano de que Assange não será extraditado para um país onde ele possa enfrentar tortura ou a pena de morte.
Na sexta-feira, o relator especial sobre tortura, Nils Melzer, disse estar alarmado por relatos de que uma prisão era iminente e que, se Assange fosse extraditado, poderia estar exposto a “um risco real de graves violações de seus direitos humanos”.
Em dezembro do ano passado, o Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária apelou ao Reino Unido que cumprisse as suas obrigações internacionais" e permitisse a saída segura de Assange da embaixada.
*Relatores de direitos humanos são independentes da ONU e não recebem salário pela sua atuação.