Cabo Verde promete continuar a criar campanhas para ajudar vítimas do ciclone Idai
Torneio de futebol feminino decorre este fim de semana; em entrevista à ONU News, secretário de Estado da Juventude destacou solidariedade dos cabo-verdianos para com os moçambicanos; Carlos Monteiro participou do Fórum da Juventude das Nações Unidas.
Cabo Verde irá “fazer o que puder” para ajudar as vítimas do ciclone Idai em Moçambique, que causou 602 mortes segundo os últimos dados oficiais.
Em entrevista à ONU News, o secretário de Estado cabo-verdiano da Juventude, Carlos Monteiro, referiu a verba disponibilizada nos primeiros dias pelo governo, de US$ 200 mil, e destacou a mobilização contínua dos cabo-verdianos.
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Solidariedade
“Nós somos um povo solidário por natureza. Por isso, desde a primeira hora, foi quase que automático a disponibilização de verbas por parte do governo. Mas o mais importante, se me é permitida essa qualificação, é o que eu vejo todos os dias a acontecer. Ainda ontem, através das redes sociais, pude ver que se está a preparar um torneio solidário para este fim de semana de futebol feminino para angariar também fundos para ajudar os nossos irmãos em Moçambique. Ou seja, o povo cabo-verdiano é solidário por natureza e teve esse impulso logo de imediato para ajudar essas vítimas.”
O torneio de futebol é organizado pela associação juvenil Black Panthers, no Estádio da Várzea, e tem o lema “Ajude-nos a ajudar o povo de Moçambique”.
No final de março, as Nações Unidas lançaram um apelo de ajuda de emergência de cerca de US$ 300 milhões para ajudar Moçambique a recuperar. O plano é apoiar 1,7 milhão de pessoas nos próximos três meses. A ajuda deve responder a necessidades na área alimentar, saúde, água, condições sanitárias, educação e abrigo.
Países lusófonos
O representante afirmou que, devido à escala, esta ajuda terá de acontecer durante um período prolongado. Carlos Monteiro também defendeu que este apoio deve ser coordenado a nível da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, que o seu país preside atualmente.
“Moçambique vai precisar de muito mais, porque o que aconteceu, infelizmente, terá repercussão por muitos anos na parte da reconstrução. Nós vamos estar disponíveis para fazer o que pudermos, para incentivarmos e para criar campanhas. Não só em Cabo Verde, mas também a nível da Cplp para, de certa forma, minorar e mitigar aquilo que são os estragos sobretudo humanos que aconteceram em Moçambique.”
No final de março, em entrevista à ONU News, o ministro da Defesa de Portugal, João Gomes Cravinho, também defendeu criação de mecanismos comuns de proteção civil na Cplp para responder a situações de emergência como estas.
O secretário de Estado cabo-verdiano esteve em Nova Iorque para participar no Fórum da Juventude do Conselho Económico e Social, Ecosoc, das Nações Unidas. O evento que aconteceu esta semana juntou centenas de representantes internacionais.
