Para empoderar jovens, Cabo Verde prioriza pessoas mais necessitadas e igualdade de gênero
Em entrevista à ONU News, secretário de Estado da Juventude destacou iniciativas na área da formação profissional e apoio ao empreendedorismo; Carlos Monteiro foi um dos participantes do Fórum da Juventude esta semana nas Nações Unidas.
Cabo Verde destacou na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, medidas para empoderar os jovens do país lusófono.
Em entrevista à ONU News, o secretário de Estado da Juventude do país, Carlos Monteiro, apontou as principais iniciativas que o governo cabo-verdiano tem desenvolvido.
Iniciativas
“A nossa intervenção enfatizou como temos estado a conseguir financiar projetos a nível de empreendedorismo, a nossa reforma, que é muito ambiciosa, do sistema educativo, a criação do Plano Nacional de Cuidados, tudo medidas que pensamos vão de encontro às preocupações que são hoje encaradas a nível global, empoderamento dos jovens, criando empregos decentes para os jovens, mas também tendo em conta a questão da inclusão social. Não deixar para trás os que têm menos recursos e também ter muito presente a questão da equidade do gênero, na criação desses empregos e dessas oportunidades.”
O secretário de Estado cabo-verdiano esteve em Nova Iorque para participar no Fórum da Juventude do Conselho Económico e Social, Ecosoc, das Nações Unidas, que aconteceu esta semana.
Agenda 2030
O representante mencionou ainda o aumento da oferta a nível da formação profissional e a introdução da gratuidade do ensino.
Carlos Monteiro explicou que, neste momento, o ensino é gratuito até ao 8º ano. A partir de setembro de 2019 passará a medida será alargada ao 10º e no ano letivo que começará em 2020 será gratuito até ao 12º ano.
O representante cabo-verdiano explicou que a aposta na formação pretende que os jovens “no futuro possam abraçar o seu projeto de vida estando já devidamente capacitados.”
Uma educação de qualidade é o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, ODS, número 4. Segundo esta meta, até 2030, é preciso garantir que todas as meninas e meninos completam o ensino primário e secundário que deve ser de acesso livre, equitativo e de qualidade, e que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e eficazes.
Diáspora
O secretário de Estado explicou que o trabalho com os jovens também é feito na diáspora. Cabo Verde tem mais cidadãos e descendentes de cabo-verdianos vivendo no estrangeiro do que no seu território.
Carlos Monteiro disse que é “uma grande preocupação” reforçar os laços com a diáspora jovem, pessoas de segunda e terceira gerações que provavelmente “têm uma ligação menos forte do que os pais e avós têm com Cabo Verde.”
“Temos estado a tentar conectar-nos com os jovens nos diferentes espaços da diáspora, sobretudo aqui nos Estados Unidos e na Europa, onde temos as nossas maiores comunidades. É criar programas que os incentivem a participar no desenvolvimento de Cabo Verde. É também vir aqui mostrar-lhes o que está a acontecer efetivamente em Cabo Verde, porque nós temos a noção de que temos uma comunidade jovem muito ambiciosa, muito participativa nos países de integração e nós queremos fazer com que esse sucesso que eles têm nos diferentes países seja transportado para o desenvolvimento de Cabo Verde. Nós sabemos que eles querem fazer isso, só temos de criar o caminho certo e o instrumento certo para que possam participar.”
Um dos exemplos dados pelo secretário de Estado foi o programa Startup Jovem, que promover o empreendedorismo e está aberto a jovens da diáspora que tenham cidadania cabo-verdiana.