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Genocídio contra os tutsi em Ruanda foi há 25 anos

Soldado da paz segura vela em memória das vítimas do genocídio de 1994 no Ruanda.
Foto ONU/Beatrice Mategwa
Soldado da paz segura vela em memória das vítimas do genocídio de 1994 no Ruanda.

Genocídio contra os tutsi em Ruanda foi há 25 anos

Direitos humanos

Em 1994, mais de 800 mil tutsis, hutus moderados e outros que se opuseram ao genocídio foram mortos em menos de três meses; em mensagem sobre o dia, Guterres disse que o aniversário é uma oportunidade para homenagear aqueles que foram assassinados. 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou este domingo para tendências perigosas de aumento da xenofobia, racismo e intolerância em muitas partes do mundo.

Este domingo, 7 de abril, marca 25 anos desde o início do genocídio contra os Tutsi no Ruanda. Em 1994, mais de 800 mil tutsis, hutus moderados e outros que se opuseram ao genocídio foram mortos em menos de três meses.

Cemitério em Nyanza, na zona rural de Kigali, em Ruanda. Durante o genocídio, 10 mil pessoas foram queimadas e mortas no vilarejo, enquanto tentavam escapar para o Burundi.
Cemitério em Nyanza, na zona rural de Kigali, em Ruanda. Durante o genocídio, 10 mil pessoas foram queimadas e mortas no vilarejo, enquanto tentavam escapar para o Burundi. , by Foto: UNICEF/Giacomo Pirozzi

Sobreviventes

Em mensagem sobre o dia, Guterres disse que o aniversário é uma oportunidade para homenagear aqueles que foram assassinados e refletir sobre o sofrimento e a resistência daqueles que sobreviveram.

Um desses sobreviventes é Libérée Kayumba. Hoje, ela trabalha para o Programa Mundial de Alimentação, PMA, em Ruanda, ajudando refugiados de outros países a atender suas necessidades básicas e sobreviver às condições desafiadoras que enfrentam nos campos.

Há 25 anos, ela estava no lugar das pessoas que hoje ajuda, uma das muitas pessoas forçadas a fugir depois de ver seus pais e irmãos mortos diante de seus olhos.

Kayumba diz que tem “uma compreensão mais profunda do sofrimento” destas pessoas devido à sua história. Ela diz que as memórias são uma motivação para trabalhar para PMA, mas que não tem sido fácil, nem para ela nem para suas irmãs.

Reconciliação

Libérée é um exemplo da reconciliação que o secretário-geral refere na sua mensagem. Segundo António Guterres, todas as sociedades são capazes dessa reconciliação. 

Ruanda: Há 20 anos lutando contra a impunidade e pela reconciliação

Guterres pediu aos povos e países que trabalhem juntos para construir um futuro harmonioso e exortou líderes políticos, religiosos e da sociedade civil a rejeitar o discurso de ódio e discriminação. 

O chefe da ONU descreveu esses tipos de discurso “como uma afronta aos nossos valores e ameaças aos direitos humanos, estabilidade social e paz”, pedindo que todos trabalhem "para resolver e mitigar as causas que prejudicam a coesão social e criam condições para o ódio e a intolerância.”

As Nações Unidas marcam a 7 de abril o Dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio de 1994 contra os Tutsi em Ruanda. 

Eventos em todo o mundo, incluindo uma cerimônia no Palácio das Nações, em Genebra, e um evento na Assembleia Geral, em Nova Iorque, podem ser vistos pela Web TV da ONU.