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ONU pede mais financiamento para ajuda a Moçambique, Maláui e Zimbábue

Descrevendo a realidade que se vive na região, a vice-secretária-geral enfatizou que “muitas áreas agora são afetadas por surtos de cólera.”
Foto: Unhcr/Zinyange Auntony
Descrevendo a realidade que se vive na região, a vice-secretária-geral enfatizou que “muitas áreas agora são afetadas por surtos de cólera.”

ONU pede mais financiamento para ajuda a Moçambique, Maláui e Zimbábue

Ajuda humanitária

Comunidade internacional garantiu cerca de 11% dos US$ 392 milhões necessários; vice-secretária-geral da ONU apela a um reforço do apoio; representante pediu ainda aceleração na ação climática por parte dos países.

A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, pediu esta terça-feira à comunidade internacional que reforce a ajuda financeira aos três países mais afetados pelo ciclone Idai.  

Em discurso em evento promovido pelo Conselho Económico e Social, Ecosoc, na sede das Nações Unidas, Mohammed lembrou que, segundo as últimas estimativas, Moçambique, Maláui e Zimbabué necessitam de US$ 392 milhões para garantir a assistência humanitária necessária. Até agora, de acordo com a representante, foram garantidos apenas US$ 46 milhões.

Necessidades

Em discurso, Amina Mohammed destacou que quase três semanas depois do ciclone, as necessidades “permanecem profundas” na região afetada pelo ciclone Idai.
Em discurso, Amina Mohammed destacou que quase três semanas depois do ciclone, as necessidades “permanecem profundas” na região afetada pelo ciclone Idai.Foto ONU/ Jean Marc Ferré

Em discurso, Amina Mohammed destacou que quase três semanas depois do ciclone, as necessidades “permanecem profundas” e que “persistem os riscos de mais inundações, da disseminação de doenças e de perda de mais vidas.”

Descrevendo a realidade que se vive na região, a vice-secretária-geral enfatizou que “muitas áreas agora são afetadas por surtos de cólera”, com a estimativa atual superior a mil casos. Por outro lado, a tempestade destruiu milhares de casas, inundou milhares de hectares de terras agrícolas e mais de 200 mil pessoas estão  deslocadas.

Homenagem

Nesta intervenção, Mohamed prestou também homenagem aos profissionais locais, nacionais e internacionais que estiveram no local “desde os primeiros momentos da crise, salvando inúmeras vidas e impedindo um resultado ainda mais devastador.”

Vacinas contra a cólera chegam ao aeroporto de Beira, em Moçambique
Vacinas contra a cólera chegam ao aeroporto de Beira, em Moçambique.
​​​​​​​Unicef/DE WET

A vice-secretária-geral referiu o trabalho que tem sido feito pela ONU, nomeadamente através do Programa Mundial de Alimentos, PMA, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, a Organização Mundial de Saúde, OMS, e o Fundo Central de Resposta a Emergências, Cerf.

No entanto, para a responsável a “resposta ainda está subfinanciada” sendo necessário também assegurar que “seja expandida para as áreas rurais e comunidades.”

Futuro

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Dirigindo-se a delegados dos Estados-membros, Mohamed lembrou que não basta trabalhar a fase de emergência mas que é também crucial preparar os países mais expostos a saberem melhor lidar com episódios climáticos mais severos.  

Em 2018, nenhuma região estava imune a desastres naturais devastadores.

Por isso, uma das suas propostas é que os Estados-membros aumentem a sua ambição na ação climática, “tanto na mitigação quanto na adaptação” encorajando os países a participar na Cimeira da Ação Climática, convocada para setembro de 2019 pelo secretário-geral.

Também o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, disse que “é necessário mais financiamento para responder aos milhões de pessoas afetadas, reconstruir vidas e prevenir perdas adicionais de vida em Maláui, Moçambique e Zimbábue.”