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Nações Unidas reafirmam cooperação com países árabes

Guterres apelou à unidade do mundo árabe “como condição fundamental” para a paz e a prosperidade.
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Guterres apelou à unidade do mundo árabe “como condição fundamental” para a paz e a prosperidade.

Nações Unidas reafirmam cooperação com países árabes

Paz e segurança

Chefe da  ONU discursou este domingo na Cimeira da Liga dos Estados Árabes, em Tunes, na Tunísia; secretário-geral elogia espírito de acolhimento a refugiados; Guterres destaca vontade da sociedade civil  em promover direitos humanos e crescimento económico. 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou este domingo a uma maior cooperação entre as Nações Unidas e os países árabes.

Em discurso durante a Cimeira da Liga dos Estados Árabes, em Tunes, na Tunísia, Guterres, reconheceu a “importância crítica” da região no cenário internacional e destacou que o norte da África e o Médio Oriente têm “um dinamismo e um potencial notáveis” referindo que é “uma região que se esforça para construir a paz e a prosperidade.”

Perante dezenas de líderes políticos dos 22 Estados-membros da Liga, Guterres afirmou ainda que “as Nações Unidas apoiam essas aspirações com um espírito de solidariedade e unidade.”

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Região

Referindo várias contribuições do mundo árabe à civilização global ao longo da história, Guterres também expressou admiração pelo modo como muitos países da região estão “a estender a sua notável hospitalidade com refugiados num contexto onde “muitas outras fronteiras estão a fechar.”

O secretário-geral destacou os “ventos turbulentos” que afetaram a região, como “as guerras no Iémen e na Síria”, a ascensão e queda do Estado Islâmico e a negação persistente do direito à autodeterminação para o povo palestiniano.”

Guterres apelou à unidade do mundo árabe “como condição fundamental” para a paz e a prosperidade e que evite ficar vulnerável à interferência de influências estrangeiras com efeitos desestabilizadores.”

Condições

O secretário-geral mencionou também a necessidade de “não dar espaço ao sectarismo” proporcionando a paz, a estabilidade e a governação eficaz e responsiva que as pessoas da região merecem”.

O secretário-geral destacou os “ventos turbulentos” que afetaram a região, como “as guerras no Iémen e na Síria”, a ascensão e queda do Estado Islâmico e a negação persistente do direito à autodeterminação para o povo palestiniano.”
O secretário-geral destacou os “ventos turbulentos” que afetaram a região, como “as guerras no Iémen e na Síria”, a ascensão e queda do Estado Islâmico e a negação persistente do direito à autodeterminação para o povo palestiniano.”​​​​​​​Foto ONU/ Manuel Elias

Para tal, é importante “criar empregos” e oportunidades económicas, para defender os direitos humanos de todos, promover a igualdade de género e o empoderamento das mulheres, e promover o estado de direito, a diversidade, as liberdades fundamentais e os valores democráticos.”

Desafios

Na sua intervenção, o chefe da ONU mencionou ainda quatro questões específicas na região que poderiam beneficiar de uma abordagem regional abrangente, começando por destacar a necessidade de uma solução de dois Estados, para Israel e a Palestina, “vivendo lado a lado em paz dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, e com Jerusalém como capital de ambos os países.”

Guterres enfatizou que “não há Plano B e sem dois Estados, não há solução”, lembrando que a contínua violência em curso em Gaza é a prova da fragilidade da situação naquela região.

A segunda questão mencionada pelo chefe da ONU foi o conflito no Iémen lembrando que a ONU “continua a trabalhar em estreita colaboração com as partes para obter progressos na redistribuição de forças em Hodeida e a abertura de corredores humanitários”.

Em terceiro lugar, referindo-se ao longo conflito de oito anos na Líbia, Guterres saudou o recente avanço que levou à convocação de uma conferência nacional que ajudará a traçar as etapas de transição e a marcação de eleições gerais.”

Por último, Guterres a situação na Síria, lembrando que “milhões de sírios permanecem deslocados e necessitados, e dezenas de milhares são arbitrariamente detidos”, reforçando que é necessário continuar a trabalhar para definir “um caminho político para uma paz sustentável na qual todos os sírios sejam ouvidos.”