Perspectiva Global Reportagens Humanas

Guterres apela à proibição de robôs assassinos lembrando que são “moralmente repugnantes”

O chefe da ONU constata que os princípios acordados por este grupo, no ano passado, “demarcaram uma linha importante.”
Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
O chefe da ONU constata que os princípios acordados por este grupo, no ano passado, “demarcaram uma linha importante.”

Guterres apela à proibição de robôs assassinos lembrando que são “moralmente repugnantes”

Paz e segurança

Grupo de peritos governamentais reúne-se em Genebra para debater sistemas de armas letais autónomas; secretário-geral defende criação de política internacional sobre estes armamentos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, considera que máquinas com poder de tirar vidas, sem envolvimento humano, conhecidos como robôs assassinos, são “politicamente inaceitáveis, moralmente repugnantes e devem ser proibidas pelo direito internacional.”

O responsável acredita que nenhum estado ou força armada é a favor de sistemas de armas totalmente autónomos “capazes de tirar vidas humanas.”

Acordo

Guterres apela à aproximação de posições para “encontrar o caminho mais eficaz.”
Guterres apela à aproximação de posições para “encontrar o caminho mais eficaz.”Foto ONU/ H Arvidsson

A mensagem de Guterres foi entregue pelo diretor-geral do Escritório das Nações Unidas em Genebra, Michael Møller, por ocasião do inicio da reunião do Grupo de Peritos Governamentais Sobre Tecnologias Emergentes na Área de Sistemas Letais de Armas Autónomas, Aslaa.

O chefe da ONU constata que os princípios acordados por este grupo, no ano passado, “demarcaram uma linha importante”, afirmando que "a responsabilidade humana pelas decisões sobre o uso de sistemas de armas deve ser mantida, uma vez que a responsabilidade não pode ser transferida para as máquinas".

Comissão

Guterres destaca as diferentes posições entre os peritos relativamente à abordagem para assegurar que a responsabilidade humana pelo uso da força é salvaguardada.

O secretário-geral lembra que há peritos que defendem a criação de uma lei e outros “defendem medidas e diretrizes políticas.” Perante estas diferenças, Guterres apela à aproximação de posições para “encontrar o caminho mais eficaz.” Um processo que para ele “exigirá compromisso, criatividade e vontade política.”

Criado em 2014, este grupo informal de peritos reúne-se anualmente sob os auspícios da Convenção sobre Certas Armas Convencionais, CCW, para debater as questões relacionadas com as tecnologias emergentes na área de sistemas de armas autónomas letais.