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Danos ao planeta representam um risco crescente para a saúde, alerta o Pnuma

Cairo, no Egito, fica numa das regiões onde os níveis de poluentes são mais altos.
Banco Mundial/Kim Eun Yeul
Cairo, no Egito, fica numa das regiões onde os níveis de poluentes são mais altos.

Danos ao planeta representam um risco crescente para a saúde, alerta o Pnuma

Clima e Meio Ambiente

Novo relatório do Pnuma recomenda que se mantenham normas de proteção ambiental para evitar milhões de mortes prematuras até 2050;  impacto de substâncias poluentes  ameaça fertilidade humana e desenvolvimento infantil.

Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, alerta que a ação humana prejudica o planeta de forma tão grave, que acentuada pela mudança climática, “colocará em risco cada vez maior a saúde das pessoas”.

O estudo publicado na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em Nairobi, no Quénia, envolveu 250 cientistas e especialistas de mais de 70 países e é considerado o mais abrangente e rigoroso realizado pela organização nos últimos cinco anos.

Poluentes

A pesquisa com o título Panorama do Meio Ambiental Global adverte que a menos que sejam ampliadas as normas de proteção ambiental, podem ocorrer milhões de mortes prematuras até meados deste século. Os poluentes nos sistemas de água doce podem passar a ser uma das principais causas de morte até 2050.

A diretora executiva interina do Pnuma, Joyce Msuya, destaca que “a ciência é clara” por explicar que a saúde e a prosperidade da humanidade estão diretamente ligadas ao estado do meio ambiente.

O estudo revela que substâncias químicas conhecidas como desreguladores endócrinos, terão um efeito adverso sobre a fertilidade masculina e feminina, bem como no desenvolvimento neurológico infantil.

Para Joyce Msuya, a humanidade “está numa encruzilhada” e questiona se esta continuará seguindo o rumo de um futuro sombrio ou do desenvolvimento sustentável, uma escolha que “os líderes políticos devem fazer neste momento. ”

Ministros do Ambiente participam no maior órgão mundial que toma decisões sobre o setor. As questões abordadas incluem o desperdício de alimentos, o impulso à promoção da mobilidade elétrica e a poluição do oceano  por plásticos.

Desenvolvimento

O relatório deixa claro que “existem condições criadas pela ciência, pela tecnologia e pelo financiamento para avançar em direção a uma economia global mais sustentável e garantir que seja evitado o pior cenário”.

O documento sublinha ainda que líderes políticos e grande parte de representantes dos setores público e privado, “ainda estão apegados a modelos antiquados e   poluentes de produção e desenvolvimento”.

O relatório mostra que garantir um “investimento ambientalmente sustentável” de apenas 2% do PIB dos países, até 2050, proporcionaria um crescimento de longo prazo com menos impactos das alterações climáticas, escassez de água e perda de ecossistemas.

Carne

O relatório recomenda mudanças de políticas em sistemas como de produção de alimentos e energia, a adoção de dietas com baixo teor de carne e um grande corte no desperdício de alimentos.

Essas medidas reduzidam pela metade a quantidade de comida necessária para alimentar entre 9 e 10 bilhões de pessoas que devem habitar o planeta em 2050.

O estudo destaca ainda que um terço dos alimentos globais é desperdiçado. Mais da metade da comida produzida nos países industrializados é descartada.