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CSW63: ministra Damares Alves diz que alvo do Brasil é “erradicar violência doméstica” BR

A ministra Damares Alves participa da 63ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW63, na sede da ONU em Nova Iorque.
Reprodução
A ministra Damares Alves participa da 63ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW63, na sede da ONU em Nova Iorque.

CSW63: ministra Damares Alves diz que alvo do Brasil é “erradicar violência doméstica”

Mulheres

Representante declara que país promove ações para que a mulher tenha maior protagonismo em todas as áreas de desenvolvimento; compromisso das autoridades brasileiras é que o Brasil se torne “uma das melhores nações do mundo para se criar meninas”.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Brasil, Damares Alves, está nas Nações Unidas participando da 63ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW63.

Durante duas semanas, o evento foca nos temas proteção social, acesso aos serviços públicos e infraestrutura sustentável sobre os quais a representante disse que apoiar mulheres e meninas são ações prioritárias.

O grupo saudou o trabalho que tem sido feito pelas agências estatais brasileiras para priorizar a proteção dos indígenas incluindo Funai e Sesai
O Brasil definiu como uma das prioridades chegar a mulheres longe dos centros urbanos, onde as políticas públicas não alcançam muitas pessoas. Foto: Banco Mundial/Yosef Hadar

Feminicídio

Falando à ONU News, em exclusivo, a representante disse que o combate da violência à mulher é um objetivo definido no país. O Brasil lidera a taxa de feminicídios entre 23 países da região. Em 2017, foram confirmadas 1.333 vítimas, segundo a Comissão Econômica da América Latina e do Caribe.

“Nós estamos neste momento tentando fazer esse diagnóstico. No primeiro momento, a gente pode dizer que o aumento da violência contra a mulher ou a não-redução, porque hoje nós podemos estar no aumento, mas a não-redução se passa pelo enfraquecimento das redes de proteção à mulher no Brasil. Se esta rede for fortalecida, e se ela estiver bem articulada e muito bem localizada, nós acreditamos que a gente pode ter aí resultados positivos.”

Para a ministra, deve haver reforço e coesão de uma série de serviços envolvendo os setores da polícia, justiça e segurança para proteger a mulher.

Esse tema fez parte dos vários contatos que o Brasil já estabeleceu na CSW63 com representantes de países como México e França, onde a ministra disse que o problema é uma grande preocupação.

Ministra brasileira disse que a proteção da menina é um dos focos de sua equipe.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ministra brasileira disse que a proteção da menina é um dos focos de sua equipe.

Modalidades

 “O tema violência contra a mulher é um tema global. Não é um desafio apenas do Brasil. A gente observa as modalidades de violência diferentes de um país para o outro.”

O Brasil definiu como uma das prioridades chegar a mulheres longe dos centros urbanos, onde as políticas públicas não alcançam muitas pessoas carentes.

“A mulher indígena, a mulher cigana, a mulher quilombola, a mulher pescadora, a mulher seringueira, a mulher da área ribeirinha. Nós temos no Brasil os povos indígenas que todo o mundo conhece e nós temos mais de 30 povos tradicionais. O presidente está querendo focar em mulheres tradicionais. Algumas em que as políticas públicas nunca chegaram até a elas. Temos cidades da Amazônia onde para chegar você tem se sair oito dias de barco e oito dias para voltar. Você consegue imaginar uma mulher longe que não tem atendimento.”

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Alternativas

A ministra brasileira disse que se por um lado há interesse de dar maior protagonismo à mulher do país em áreas de desenvolvimento, por outro a proteção da menina é um dos focos de sua equipe.

 “O Brasil vai se tornar uma das nações do mundo para se criar meninas. Infelizmente, nós temos aí algumas notícias tristes. Há até um relatório de 2016, que aponta que o Brasil é o pior país da América do Sul para se criar meninas e isso nos entristece. Nós vamos virar esse quadro. Nós estamos buscando inúmeras alternativas de proteção. Nós vamos voltar aqui, nós vamos voltar nessa comissão para dizer que somos uma das maiores nações do mundo para se criar meninas.”

O Brasil também vai participar de encontros bilaterais e multilaterais que incluem países lusófonos com os quais a ministra disse haver interesse em cooperar em temas sobre o empoderamento feminino.