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Documentário com diretora brasileira tem exibição nas Nações Unidas BR

Naila and the Uprising, Naila e o Levante na tradução em português, conta a história de mulheres ativistas na Palestina, personagens principais do filme.
Just Vision
Naila and the Uprising, Naila e o Levante na tradução em português, conta a história de mulheres ativistas na Palestina, personagens principais do filme.

Documentário com diretora brasileira tem exibição nas Nações Unidas

Mulheres

“Naila e o Levante” fez parte de evento paralelo que marcou o Dia Internacional da Mulher em Nova Iorque; Julia Bacha falou à ONU News sobre importância da participação feminina nos processos de paz.

Como parte das celebrações do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, um evento na sede da ONU em Nova Iorque apresentou o documentário Naila and the Uprising, Naila e o Levante na tradução em português. O evento foi promovido pela Comissão sobre o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino.

O filme conta a história de uma jovem mulher de Gaza, que tem que escolher entre “o amor, a família e a liberdade”. A ONU News, conversou com a diretora Júlia Bacha, uma brasileira do Rio de Janeiro que há 15 anos produz documentários sobre palestinos e israelenses que trabalham pela paz.

Naila and the Uprising, Naila e o Levante na tradução em português, usa animação, uma série de entrevistas e imagens de arquivo exclusivas
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Naila and the Uprising, Naila e o Levante na tradução em português, usa animação, uma série de entrevistas e imagens de arquivo exclusivas

Sociedade

Bacha faz parte da organização Just Vision, que segunda ela tem como foco contar a história da sociedade civil dos dois lados. Histórias que para a diretora, são muitas vezes ignoradas pela mídia internacional.

“As duas principais personagens do filme são Naila Ayesh e Zahira Kamal. Essas duas mulheres tiveram trajetórias incríveis durante a primeira intifada, porque esse levante que aconteceu não foi só um levante a favor e pela libertação do povo palestino, foi também um movimento para a libertação das mulheres dentro da sociedade palestina. E a Zahira e a Naila fizeram papeis fundamentais, organizando grupos em Gaza, no caso da Naila, e na Cisjordânia, no caso da Zahira, para que as mulheres pudessem ter um papel importante na revolução e com o desejo que elas pudessem ocupar posições de poder uma vez que a Palestina conseguisse criar um Estado próprio.”

Movimentos

O documentário utiliza animação, uma série de entrevistas e imagens de arquivo exclusivas para contar as histórias das personagens principais.

Diretora brasileira documenta história de mulheres ativistas na Palestina

Para Bacha, na maioria dos casos, como o apartheid na África do Sul por exemplo, as histórias das revoluções, das manifestações e dos movimentos populares, ignoram o papel das mulheres. Isso, para ela, é um grande erro.

“Existem muitas pesquisas que já foram feitas, comparando diferentes movimentos populares, que mostram que quando as mulheres têm um papel igual ao dos homens nessas revoluções, essas revoluções geralmente tendem a ser mais pacíficas, e o resultado das revoluções tendem a gerar paz a longo prazo.”

Para a diretora, o empoderamento das mulheres e a participação destas nos processos políticos como a construção da paz é essencial. Outra questão fundamental é inspirar jovens mulheres.

“Nós temos muitos exemplos que mostram que é importante que nós contemos as histórias das mulheres para que as mulheres mais jovens possam se ver e ver modelos para o que elas podem também fazer, o que elas são capazes de fazer, e realmente tirar os obstáculos para que as mulheres possam fazer o que elas já sabem fazer, o que elas já querem fazer.”

Para mais informações sobre o documentário “Naila e o Levante” confira o website da JustVision.