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Novo centro africano vai promover merenda escolar com o apoio do Brasil

Muitas crianças camaronesas passaram anos sem pisar uma sala de aula.
PMA/Amelia Stewart
Muitas crianças camaronesas passaram anos sem pisar uma sala de aula.

Novo centro africano vai promover merenda escolar com o apoio do Brasil

Ajuda humanitária

Diretor do Centro de Excelência Contra a Fome no Brasil disse à ONU News que cooperação técnica substitui doação de alimentos; continente tem 39 países que gerem programas administrados por governos para alimentar milhões de alunos.

Dezenas de países africanos terão a partir de finais de março um centro inspirado na experiência brasileira para coordenar a alimentação escolar.

As atividades da nova instituição a ser aberta em Abidjan, a capital da Cote d’Ivoire, serão apoiadas pelo Centro de Excelência Contra a Fome no Brasil.

Daniel Balaban é diretor do Centro de Excelência Contra a Fome no Brasil
Daniel Balaban é diretor do Centro de Excelência Contra a Fome no Brasil, que coopera com 39 países africanos. Fotos: PMA/Amelia Stewart

Avanços

A informação foi dada esta sexta-feira à ONU News pelo diretor da instituição brasileira, Daniel Balaban, que falou da capital marfinense. O Centro de Excelência Contra a Fome no Brasil coopera com 39 países africanos.

“Vai ser como um hub (corredor) dentro da África para que os países possam trocar experiências, conversar e trabalhar nesse objetivo. Verem o que é que cada um está fazendo de boa experiência, o que é que cada um falhou e pode ser aperfeiçoado. Uma espécie de corredor para que os países discutam avanços nessa área de alimentação escolar.”

Cerca de 200 representantes de governos, sociedade civil e agências da ONU celebraram este 1 de março o Dia Africano da Alimentação Escolar. O lema das celebrações na capital marfinense foi “Investindo em alimentação escolar vinculada à agricultura local para alcançar o ODS 2 e educação inclusiva para todos, inclusive refugiados, na África”.

O diretor disse que a partir do país, também conhecido como Costa do Marfim, as nações africanas devem coordenar programas de alimentação em suas escolas que são marcados por uma nova tendência.

Os países hoje não querem mais receber alimentos doados, eles querem criar sustentabilidade interna para que eles possam usar seus alimentos e conservar esses alimentos dentro das escolas

Cooperação

“Os países hoje não querem mais receber alimentos doados, eles querem criar sustentabilidade interna para que eles possam usar seus alimentos e conservar esses alimentos dentro das escolas. O que eles querem hoje é a cooperação técnica. Cooperação técnica é o termo da ordem. Acho importantíssimo que a gente esteja preparada para cooperar tecnicamente com esses países, dando a eles aquilo que eles necessitassem. É  muito importante ver como os países africanos hoje estão desenvolvendo nessa área.”

Pelo menos 21 dos 39 programas apoiados pelo centro no Brasil têm vínculos com a agricultura local.

Em países como Gana, Maláui, Quénia e Zimbábue mais de 1 milhão de crianças recebem alimentação escolar. Na África do Sul e na Nigéria, esse número chega a 9 milhões cada, revela o Centro de Excelência Contra a Fome. 

A quarta edição do Dia Africano da Alimentação Escolar foi celebrada em Abidjan sob o tema “Investir na alimentação escolar doméstica para alcançar o Fome Zero e sustentar a educação inclusiva para todos
PMA/Amelia Stewart
A quarta edição do Dia Africano da Alimentação Escolar foi celebrada em Abidjan sob o tema “Investir na alimentação escolar doméstica para alcançar o Fome Zero e sustentar a educação inclusiva para todos