Mediador despede-se após 27 anos à frente do processo que criou Macedónia do Norte
Representante especial do secretário-geral da ONU acompanhou disputa entre Grécia e a antiga República Jugoslava da Macedónia; Matthew Nimetz liderou negociações que culminaram com entrada acordo que entrou em vigor a 12 de fevereiro.
Em junho passado um acordo histórico terminou com uma disputa de 27 anos entre a Grécia e a antiga República Jugoslava da Macedónia. Em causa estava o nome do país que se tornou independente após o desmembramento da Jugoslávia, no início da década de 90.
Durante este período, o enviado do secretário-geral das Nações Unidas para este processo, Matthew Nimetz, liderou as negociações em nome da ONU.
Acordo
Na hora da despedida, em entrevista exclusiva à ONU News, Nimetz disse que sempre acreditou que se chegaria a um entendimento.
A sua missão ficou finalmente cumprida quando o "Acordo de Prespa" foi ratificado pelos Parlamentos dos dois países. O documento entrou em vigor a 12 de fevereiro oficializando o nome da República da Macedónia do Norte.
O representante revelou que está “satisfeito” porque trabalhou neste projeto por muitos anos para que os dois países pudessem vir “a trabalhar em conjunto.”
Ele lembra que a questão do nome era apenas a ponta do icebergue e que a disputa era mais complexa estando também relacionada com “o sentido de identidade em ambos os países.”
Lideranças
Enquanto se prepara para deixar a sua posição como enviado do secretário-geral, cargo que ocupa desde 1999, Nimetz recorda a importância das diferentes lideranças neste processo.
Para ele, os líderes “têm um grande impacto na história, estabelecem prioridades e assumem riscos, e ambos os líderes dos dois países têm atitudes diferentes em relação a essa questão.”
Quando questionado porque razão a contenda tardou tanto em ser solucionada, o representante partilhou que houve períodos em que “os líderes de um dos países colocaram este processo mais abaixo na lista de prioridades”.
Na opinião do ex-mediador, “é totalmente compreensível” uma vez que os líderes “não podem lidar com tudo e têm que fazer escolhas.”
Acompanhe os pontos altos desta entrevista (em inglês):