Nações Unidas condenam destruição de ajuda humanitária na Venezuela
Ajuda humanitária
Porta-voz do secretário-geral da ONU reitera necessidade de diálogo entre as partes; Guterres disse estar “chocado” com onda de violência; apelo às partes envolvidas é que não recorram à força excessiva.
As Nações Unidas condenaram a destruição de ajuda humanitária que teve lugar no sábado passado na Venezuela.
Em declarações aos jornalistas esta segunda-feira, em Nova Iorque, o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, afirmou que o ato de lançar fogo sobre a ajuda humanitária “deve ser condenado.”
Diálogo
O representante reiterou que o secretário-geral “ficou chocado” com alguns dos eventos que aconteceram no fim de semana na Venezuela, e que classifica de “muito tristes” pela perda de vidas.
Dujarric lembrou que António Guterres defende sempre a via do diálogo e que “é muito importante que em nenhuma circunstância deve ser usada a força excessiva contra os manifestantes”.
O porta-voz destacou que as tensões crescentes na fronteira entre o país e a Colômbia evidenciam a necessidade de uma solução pacífica.
A reação surge depois de vários incidentes que aconteceram no fim de semana passado em zonas fronteiriças. Confrontos violentos e destruição de carregamentos com ajuda humanitária fizeram aumentar a tensão.
Apelo
Em comunicado, Guterres, disse que “segue com crescente preocupação a escalada das tensões na Venezuela.” Segundo a nota, o chefe da ONU também ficou triste ao saber que vários civis perderam a vida no contexto dos acontecimentos deste sábado.
O secretário-geral fez um apelo para que a violência seja evitada a qualquer custo e que a força letal não seja usada em nenhuma circunstância.
Guterres também pediu calma e apelou que todos os envolvidos reduzam as tensões e façam tudo o que for possível para evitar uma escalada ainda maior da situação.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, também condenou as cenas violentas de domingo em vários pontos ao longo das fronteiras da Venezuela com a Colômbia e o Brasil, e na própria Venezuela.
Em particular, Bachelet deplorou o uso excessivo da força pelas forças de segurança venezuelanas, assim como o envolvimento de elementos pró-governo, que resultaram em pelo menos quatro mortes confirmadas e mais de 300 feridos na sexta e no sábado.