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Enviado da ONU alerta que “situação continua grave” na República Centro-Africana  

Acordo de paz na República Centro-Africana foi assinado a 6 de fevereiro
Minusca
Acordo de paz na República Centro-Africana foi assinado a 6 de fevereiro

Enviado da ONU alerta que “situação continua grave” na República Centro-Africana  

Paz e segurança

Conselho de Segurança realizou encontro em Nova Iorque para debater situação no país africano; governo e 14 grupos armados assinaram acordo de paz a 6 de fevereiro.

O representante especial do secretário-geral para a República Centro-Africana alertou na quinta-feira o Conselho de Segurança de que a situação no país continua grave.

Parfait Onanga-Anyanga também disse que a assinatura do acordo de paz, em 6 de fevereiro entre o governo e 14 grupos armados, “é a culminação de um longo processo.”

Chefe da Minusca, Parfait Onanga-Anyanga, fala ao Conselho de Segurança
Chefe da Minusca, Parfait Onanga-Anyanga, fala ao Conselho de Segurança, by Foto ONU/Eskinder Debebe

Passos

O representante afirmou que a assinatura do acordo foi "certamente um passo necessário e decisivo, mas apenas um passo". Para ele, a parte mais difícil ainda precisa acontecer, que é “a implementação plena e de boa-fé” do documento.

Onanga-Anyanga, que também é chefe da Missão da ONU no país, Minusca, explicou que “os perigos continuam numerosos” e que, por isso, o povo do país “merece admiração e encorajamento."

Para o representante, todos devem permanecer “lúcidos e vigilantes” e "o destino insuportável de pessoas deslocadas e refugiadas, bem como cenas de violência sem sentido e muitas vítimas lembram isso incessantemente."

Neste momento, cerca de 2,9 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, com 1,9 milhão de pessoas em situação de emergência alimentar. No total, a ajuda da ONU e dos seus parceiros chega a 1,7 milhão de pessoas. 

Apoio

O chefe da Minusca pediu a todas as partes que cumpram os compromissos assumidos no acordo e que não traiam a confiança do povo do país e de todos os que acompanham este processo.

Para ele, "o país hoje tem a oportunidade de abrir uma nova página cheia de promessas e virar, definitivamente, a página de uma história dolorosa."

O enviado disse que o papel dos parceiros, sobretudo países vizinhos, e dos facilitadores será decisivo para cumprir o acordo. Ele saudou a iniciativa das Nações Unidas e da União Africana de realizar uma reunião do Grupo de Apoio Internacional ao país na sexta-feira.

Sacrificio

O representante usou a oportunidade para, mais uma vez, saudar o sacrifício de tropas de paz. Nos últimos quatro anos, desde que a Missão foi estabelecida, morreram 80 soldados da paz no país.

Segundo ele, "essas forças de paz deram as suas vidas para ajudar, proteger e confortar” este povo e “apoiar as jovens instituições democráticas do país quando ameaçadas."

Esta foi a última reunião do Conselho de Segurança com a presença de Perfect Onanga-Anyanga como representante especial para a República Centro-Africana.

O enviado será substituído por Mankeur Ndiaye, do Senegal.