Conselho de Segurança inicia visita à Guiné-Bissau e Cote d'Ivoire
Representantes dos 15 Estados-membros já estão na Cote d'Ivoire e chegam na sexta-feira à Guiné-Bissau; país realiza eleições legislativas a 10 de março; Guiné Equatorial preside ao órgão das Nações Unidas em fevereiro.
Os Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU estão na Cote d'Ivoire e chegam na sexta-feira à Guiné-Bissau, onde ficam até sábado.
A viagem é co-liderada pela Guiné Equatorial , que tem a presidência do Conselho de Segurança durante o mês de fevereiro.
Objetivos
Em nota, o Escritório Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, Uniogbis, informa que a visita “tem como objetivo realizar reuniões com as autoridades nacionais e as principais partes interessadas, nacionais e internacionais, para fazer um balanço dos atuais desenvolvimentos de paz e segurança no país e seus desafios.”
Até ao final do mês, o Conselho de Segurança deverá discutir e decidir sobre a renovação do mandato do Uniogbis, que expira a 28 de fevereiro de 2019.
Em entrevista à ONU News no início do mês, o embaixador da Guiné Equatorial junto da ONU, Anatólio Ndong Mba, disse que o Conselho quer “demonstrar que apoia muito a Guiné-Bissau” nas semanas que antecedem as eleições legislativas de 10 de março. O país também deve organizar eleições presidenciais ainda este ano.
“A presença de todos os membros do Conselho de Segurança na Guiné-Bissau vai ser um elemento de apoio, um elemento de encorajamento, para que o país vá aos seus compromissos eleitorais em março e depois disso vá a eleições presidenciais.”
Crise
O embaixador disse que está “otimista” em relação à situação no país lusófono e explicou que a realização de eleições pode ser a solução para a crise institucional.
“O Conselho de Segurança deseja que a Guiné-Bissau tenha sucesso, como em outras eleições que organizou anteriormente, para que as instituições políticas possam normalizar-se, para que deixe de existir a crise institucional e para que a Guiné-Bissau ultrapasse esta página e possa, porque não, sair da agenda do Conselho de Segurança. E um dia até contemplar suspender e fazer o levantamento definitivo das sanções que pesam no país. Tudo isso dependerá do desenvolvimento desses acontecimentos políticos que temos previstos.”
Na sequência de golpe de Estado de 2012, o Conselho de Segurança da ONU aplicou sanções a 11 oficiais guineenses envolvidos na alteração da ordem constitucional. A Guiné Equatorial preside o Comité de Sanções do órgão sobre a Guiné-Bissau.
Viagem
Anatólio Ndong Mba disse que o objetivo da visita à Cote d'Ivoire, ou Costa do Marfim, é mostrar um caso de sucesso onde as crises foram ultrapassadas.
O embaixador lembra que “a Cote D’Ivoire foi um país que conheceu uma grande crise e atualmente está em paz.”
Ndong Mba explica que esta nação africana “está a consolidar a paz e desenvolver-se” e que os Estados-membros poderão ver “os benefícios da situação em paz após o conflito.”
Os representantes da Cote d'Ivoire e da Guiné Equatorial irão falar aos meios de comunicação no final da visita.