Mais de 1 bilhão de jovens correm risco de perda auditiva devido à exposição a sons altos

Alerta é da Organização Mundial de Saúde e União Internacional de Telecomunicações; agências publicaram novas diretrizes para combater problema; perda auditiva custa US$ 750 milhões à economia global todos os anos.
Cerca de 1,1 bilhão de pessoas entre os 12 e os 35 anos correm o risco de perda auditiva irreversível devido à exposição a sons altos, como música tocada em seu smartphone.
O alerta é de especialistas da Organização Mundial da Saúde, OMS, e da União Internacional de Telecomunicações, UIT, que publicaram um novo conjunto de diretrizes sobre o tema esta terça-feira em Genebra .
As recomendações servem para prevenir a surdez e o zumbido, também conhecido por tinido, uma sensação auditiva na ausência de qualquer som exterior.
Entre as sugestões está a inclusão de novas funções para dispositivos de áudio pessoais que controlam o volume e durante quanto tempo as pessoas ouvem música.
Em nota, a agência da ONU explica que a iniciativa é uma tentativa de combater a falta de consciência sobre o que constitui muito barulho. Um em cada dois jovens escuta níveis inseguros de som nos seus dispositivos pessoais. Este uso deve continuar a crescer em todo o mundo.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que um número tão grande de "jovens não deve continuar a prejudicar sua audição quando ouvem música porque existe o conhecimento tecnológico para prevenir essa perda."
Ghebreyesus afirmou que os jovens "precisam entender que, quando perdem a audição, ela não volta." No dia 3 de março é marcado o Dia Mundial da Audição.
Em entrevista à ONU News, a especialista da OMS, Shelly Chadha, disse que "mais de 1 bilhão de jovens correm o risco de sofrer perda auditiva simplesmente fazendo o que realmente gostam muito de fazer, ouvir música através de seus fones de ouvido regularmente."
Chada explicou que, neste momento, não existe nada "sólido, além do instinto, que diga que o que estamos fazendo é certo ou errada e se vai levar ao zumbido ou à perda auditiva dentro de alguns anos."A especialista disse que isso é como "dirigir em uma estrada sem um velocímetro no carro ou um limite de velocidade."
Uma das propostas é que os smartphones venham equipados com um sistema que avisa sobre os níveis de som e se os usuários ultrapassam os limites recomendados. Outra opção para a indústria é que permitam que o volume seja controlado pelos pais.
Estas recomendações são o resultado final de dois anos de discussões entre representantes da OMS e UIT, indústria, especialistas de governos, órgãos de consumidores e da sociedade civil.
As diretrizes também propõem que estas novas tecnologias permitam criar perfis individualizados, para que as pessoas consigam saber durante quanto tempo têm usado o dispositivo e se o fizeram de forma segura.
De acordo com a OMS, mais de uma em cada 20 pessoas, ou 432 milhões de adultos e 34 milhões de crianças, têm uma deficiência auditiva incapacitante que afeta a sua qualidade de vida.
A maioria destes pacientes vive em países pobres e de renda média. Até 2050, mais de 900 bilhões de pessoas terão deficiência auditiva significativa.
A OMS afirma que cerca de metade de todos estes casos podem ser evitados usando medidas de saúde pública. Segundo a agência, a perda auditiva custa US$ 750 milhões à economia global todos os anos.