ONU revela plano de US$ 495 milhões para desativar minas terrestres até 2023

Plano prevê intervenção de 146 projetos em 19 países; 48% dos fundos servirão para descontaminar Iraque; é necessária educação sobre o risco para milhões de refugiados e pessoas internamente deslocadas.
O Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas, Unmas, lançou esta quinta-feira, o “Portfólio de Ação contra Minas de 2019”.
A apresentação foi feita, em Genebra, durante o 22º Encontro Internacional de Diretores Nacionais de Ação Contra Minas e Assessores das Nações Unidas, Ndmun22.
Em comunicado, o Unmas informa que o progresso contra as minas “depende da coerência e coordenação para um maior impacto da ação.”
Serão alocados os recursos necessários, cedidos pelos doadores que definem as prioridades do seu apoio, de acordo com as necessidades expressas pelos países afetados.
O plano contempla 19 países e 146 projetos, com um custo total de US$ 495 milhões.
Segundo o Unmas, os maiores requisitos de financiamento estão nas zonas pós-conflito do Iraque, onde são precisos US$ 265 milhões, 47,9% dos fundos disponíveis, Afeganistão, US$ 95 milhões, e Síria, US$ 50 milhões.
Além disso, existem necessidades em países com ampla contaminação residual, como o Camboja, onde são necessários US$ 22 milhões, e o Território do Saara Ocidental, US$ 100 milhões.
Em Nova Iorque, o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, sublinhou que “vastas extensões de território no Iraque, Líbia, Síria, onde milhões de pessoas residem, estão fortemente contaminadas.” Segundo Dujarric, milhões de refugiados e deslocados internos devem ter formação sobre riscos para poderem retornar às suas casas em segurança.
O Unmas destaca que a desativação de minas terrestres e explosivos está a avançar rapidamente em muitas regiões, mas também tem havido um aumento do número de novos engenhos.
Esta nova contaminação coloca mais vidas em risco. Amplas faixas de território, incluindo centros urbanos no Iraque, Líbia, Síria, onde milhões de pessoas residem, estão fortemente contaminadas.
A diretora do Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas, Agnès Marcaillou, afirmou que “ser um sobrevivente não é uma escolha” e que as necessidades das meninas e meninos, homens e mulheres “que perderam um membro e sofreram danos psicológicos traumáticos devem ser atendidas.”
A responsável considera ainda que “a assistência às vítimas é um pilar fundamental da ação contra as minas” e garante que “a nova Estratégia de Ação contra as Minas da ONU 2019-2023 reflete um consenso de que todos devem fazer mais.”