Rainha Mathilde da Bélgica abre visita a Moçambique com foco em inclusão e fim da violência
Governo vê presença da representante belga como impulso para avançar no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; ONU Mulheres espera impulso para criação de novas parcerias.
A rainha Mathilde da Bélgica iniciou esta segunda-feira uma visita de quatro dias a Moçambique na qualidade de defensora e promotora dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
Sessões de diálogo entre a representante belga e o governo envolveram ministros das áreas de Economia e Finanças, Adriano Maleiane, e do Género, Criança e Ação Social, Cidália Chaúque Oliveira.
Inclusão
A rainha destacou a necessidade de maior inclusão num encontro com uma menina com deficiência. Beatriz Tembe, de 16 anos, é beneficiária de um programa da ONG Light for the World.
Na conversa com Beatriz, a rainha registou a preocupação com o tema e pediu que pessoas nessa condição possam frequentar escolas regulares.
As conversas que tivemos focavam na igualdade de género e é o que nós queremos: que a sociedade mude de atitude vendo o que fazemos em forma de arte e nas palestras.
Advocacia
A representante da ONU Mulheres em Moçambique, Marie Laetita Kayisire, acompanha a vista e, em Maputo, falou à ONU News sobre sua importância.
“A visita é uma grande oportunidade de advocacia, porque ela é uma pessoa que contribui para a sensibilização e a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a Agenda 2030. A sua presença vai permitir que a ONU Mulheres trabalhe com diferentes parceiros, o que irá permitir o alcance de muitos sucessos e resultados.”
Redução da pobreza
Para ministra do Género, Criança e Ação Social de Moçambique, Cidália Chaúque, a presença da rainha é um impulso para reforçar o desempenho das autoridades na redução da pobreza.
“Vai contribuir bastante. Primeiro, porque vem fazer a monitoria no que diz respeito aos dois pilares que têm a ver com índice de violência: o pilar 2, que é a redução da pobreza. E o pilar 5, que é da igualdade do género. Depois desta avaliação recebemos recomendações no sentido de melhorar e adequar as políticas a nível do país.”
A visitante interagiu com jovens como o adolescente Celso Lourenço, de 17 anos. Ele é membro da Associação Sociocultural Horizonte Azul e considerou que a rainha trouxe um contributo nas atividades do grupo.
“No debate, a rainha disse que ouviu muito falar de violência física, doméstica, sexual mas faltou a violência verbal. É o tipo de violência que ela acrescentou. Acredito que ela tem a noção de que aqui na associação não aceitamos qualquer tipo de violência.”
Conversas
Para Sheila Dava, de 18 anos, a rainha Mathilde leva de volta uma responsabilidade: transmitir em outros fóruns a mensagem partilhada através da arte, das conversas e da palestra.
“Pudemos mostrar aquilo que nós sabemos e também será exposto em outros países que poderão ver o que a nossa associação tem feito. As conversas que tivemos focavam na igualdade de género e é o que nós queremos: que a sociedade mude de atitude vendo o que fazemos em forma de arte e nas palestras. É a mensagem que a rainha levou consigo.”
Nesta terça-feira, a rainha da Bélgica visita a província de Gaza, no sul de Moçambique para se encontrar com agricultores e visitar uma clínica psiquiátrica.
Na quarta-feira, a representante participa na conferência sobre os ODSs em Maputo. De seguida visita projetos ligados às metas globais a 34 quilómetros da capital moçambicana, no distrito de Marracuene.