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OIM: 308 pessoas morreram em rotas migratórias durante o mês de janeiro

Cerca de 190 pessoas perderam a vida enquanto tentavam atravessar o Mediterrâneo Central
Acnur/Hereward Holland
Cerca de 190 pessoas perderam a vida enquanto tentavam atravessar o Mediterrâneo Central

OIM: 308 pessoas morreram em rotas migratórias durante o mês de janeiro

Migrantes e refugiados

Mediterrâneo continua a ser a rota mais mortal, vitimando 208 pessoas; barco com dezenas de pessoas a bordo naufragou no Mar Vermelho esta semana; naufrágio nas Caraíbas faz 24 vítimas mortais.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, informou que 5.989 migrantes e refugiados entraram na Europa por via marítima durante o mês de janeiro. Uma ligeira redução em relação aos 6.550 que chegaram no mesmo período do ano passado.

O Mediterrâneo continua a ser a rota migratória mais letal do mundo, representando dois terços do total de mortes registadas em janeiro.

Mar Vermelho

A nível global, segundo o Projeto de Migrantes Desaparecidos, PMD, 308 de refugiados e migrantes perderam a vida em rotas migratórias em todo o mundo durante o primeiro mês do ano.
A nível global, segundo o Projeto de Migrantes Desaparecidos, PMD, 308 de refugiados e migrantes perderam a vida em rotas migratórias em todo o mundo durante o primeiro mês do ano.
Acnur/ Federico Scoppa

Segundo a agência, o número de mortes registadas nas três principais rotas do Mar Mediterrâneo, em pouco mais de quatro semanas de 2019, é de 208 pessoas, menos 35 do que em igual período de 2019.

S egundo o Projeto de Migrantes Desaparecidos, PMD, 308  refugiados e migrantes perderam a vida em rotas migratórias em todo o mundo durante o mês de janeiro.

Esta semana, foi reportado o afogamento de dezenas de homens e mulheres em dois naufrágios no estreito de Bab el-Mandeb, no Mar Vermelho, na costa de Obock, Djibuti.

O número de pessoas que viajava nos dois barcos ainda é desconhecido. As embarcações partiam da localidade de Godoria, no nordeste do Djibuti, com o objetivo de chegar à Península Arábica, e acabaram por naufragar devido ao excesso de carga.

Segundo a OIM, quinze sobreviventes foram resgatados até agora durante uma operação de busca e resgate efetuada pela guarda costeira do país. Foram recuperados os restos mortais de 52 pessoas mas há ainda muitos desaparecidos.

Em 2018, pelo menos 156 pessoas morreram afogadas na tentativa de chegar ao Iémen, um aumento em comparação com os 111 migrantes estimados que morreram em 2017 nesta rota.

Relatos de medidas cada vez mais cruéis adotadas por contrabandistas, como a superlotação de barcos e o desembarque forçado em águas profundas, parecem explicar o aumento das mortes no mar.

Caraíbas

Nas Caraíbas, perto da fronteira marítima entre a Colômbia e o Panamá, outro naufrágio causou a morte de pelo menos 24 pessoas a 28 de janeiro.

Oito sobreviventes, nacionais da República Democrática do Congo, foram resgatados na costa da província de Chocó, no norte da Colômbia.

Em Rio Bravo, na fronteira entre os Estados Unidos e o México, foram recuperados os restos mortais de dois jovens mexicanos a 28 de janeiro. As suas famílias relataram que eles estavam desaparecidos desde 12 de janeiro, quando tentaram atravessar a fronteira para os EUA. Os restos mortais de outro homem que os acompanhava ainda não foram localizados.