RD Congo: OMS aponta para “alto risco” de transmissão, seis meses após início do surto de ebola
Agência revela 759 casos da doença e 414 mortes; novos pacientes surgem na fronteira com Uganda, Ruanda e Sudão do Sul; OMS quer garantir que autoridades de países em risco estejam alerta e preparadas para resposta.
O risco de transmissão do vírus de ebola é muito alto na República Democrática de Congo e na região, segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS.
Esta sexta-feira marca seis meses do início do surto, que já é considerado o segundo com o maior número de mortes na história do país. São 414 óbitos entre os 759 casos suspeitos e confirmados.
Vigilância
A última atualização da agência, publicada na quinta-feira, destaca que é importante que as províncias congolesas e os países vizinhos reforcem as atividades de vigilância e preparação.
O atual surto afeta áreas do nordeste da RD Congo, na fronteira com o Uganda, o Ruanda e o Sudão do Sul. O risco de transmissão é elevado porque acontecem grande número de viagens de pessoas nas áreas afetadas, no resto do país e nos países vizinhos.
A OMS destaca que a falha em intensificar essas atividades de preparação e vigilância “levaria ao agravamento das condições e permitiria a propagação do vírus”, citando o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional.
Preparação
A agência garantiu que continuará o trabalho com países e parceiros de nações vizinhas, para assegurar que as autoridades de saúde estejam alertas e preparadas em nível de operações para responder ao surto.
No total, mais de 70 mil pessoas receberam a vacina experimental contra o vírus, que em termos de gênero foi encontrado em 59% de mulheres pacientes. O outro grupo mais afetado é o de crianças, com 30% do total de casos. Mais de 280 menores de idade ficaram órfãos.
Dificuldades
A OMS apontou que continuam surgindo casos sem qualquer ligação com os que já foram confirmados, o que mostra as dificuldades no rastreio do vírus no país com uma densidade da população alta e com pouca infraestrutura.
Os perigos enfrentados pelos trabalhadores de saúde incluem a ameaça de ataques de grupos rebeldes e a resistência de comunidades.
Na semana passada um jovem comerciante foi infectado na área de Katwa, uma terceira província afetada pelo surto perto da fronteira com o Sudão do Sul.
Duas pessoas que tiveram contato com pacientes de ebola também foram encontradas na capital do vizinho Uganda, mas estão livres do vírus.