ONU elogia fim de disputa entre Grécia e antiga República Jugoslava da Macedónia

Parlamento grego ratifica novo nome; país vizinho passa a chamar-se República da Macedónia do Norte; disputa durou 28 anos.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, felicitou o Parlamento grego pela ratificação da mudança de nome da antiga República Jugoslava da Macedónia esta sexta-feira.
Guterres elogiou os líderes dos dois países por sinalizarem o fim de uma disputa em relação ao nome daquele país durante 28 anos.
Em comunicado emitido pelo seu porta-voz, o chefe da ONU afirma que "a implementação do Acordo fortalecerá a paz e a segurança na região e dará um novo impulso aos esforços de reconciliação na Europa."
O enviado especial do secretário-geral ONU Matthew Nimetz, que acompanhou este processo ao longo de duas décadas, também saudou a ratificação da mudança de nome, elogiando “esse passo visionário” que ambos os lados adotam agora.
Nimetz disse que o histórico “Acordo de Prespa” entre dois vizinhos "abre as portas para um novo relacionamento entre eles e introduz uma nova era para a consolidação da paz e segurança nos Balcãs".
A disputa remonta a 1991, quando a antiga República Jugoslava da Macedónia declarou independência da Jugoslávia e anunciou sua intenção de ser nomeada “Macedónia”.
A vizinha Grécia recusou-se a reconhecer o nome, insistindo que apenas a região grega do norte com o mesmo nome deveria chama-se Macedónia, O país argumentava que a apropriação do nome pela antiga República Jugoslava representava uma ameaça à soberania grega.
Depois de anos de negociações, o Parlamento da antiga República Jugoslava da Macedónia e os cidadãos do país aprovaram um novo nome, República da Macedónia do Norte, em referendo realizado em setembro de 2018. Tal aconteceu depois dos líderes da antiga República Jugoslava da Macedónia e da Grécia terem assinado um acordo numa cerimónia no Lago Prespa, onde as fronteiras dos dois países e da Albânia se encontram.
Na declaração de hoje, Nimetz aguardava com expectativa a conclusão do processo conforme descrito no Acordo e reiterou o "compromisso contínuo das Nações Unidas para trabalhar com as duas Partes".