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Descoberta de casos de pólio leva Moçambique a anunciar vacinação para 700 mil crianças

Estratégia adotada inclui também ampliar o lançamento da nova vacina oral contra a pólio
© Unicef/Olivier Asselin
Estratégia adotada inclui também ampliar o lançamento da nova vacina oral contra a pólio

Descoberta de casos de pólio leva Moçambique a anunciar vacinação para 700 mil crianças

Saúde

Campanha para prevenir poliomielite vai decorrer em seis dias a partir de 30 de janeiro; três crianças com a doença foram relatadas no centro do país; apoio da ONU será dado através da OMS e do Unicef.*

A Organização Mundial de Saúde, OMS, e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, vão colaborar como o Ministério da Saúde na Campanha de Vacinação contra a Poliomielite nas províncias moçambicanas da Zambézia, Nampula e Niassa.

As autoridades da Saúde decidiram avançar com a iniciativa, entre 30 de janeiro e 4 de fevereiro, após a descoberta de três crianças com a doença em janeiro no centro do país. A ideia é abranger cerca de 700 mil menores de cinco anos nessa região.

Desafios

O Ministério de Saúde de Moçambique indica que a campanha vai acontecer em 10 distritos, sete em Zambézia, dois em Niassa e um em Nampula.

Falando à ONU News, em Maputo, a diretora do Programa Alargado de Vacinação, Graça Matsinhe, disse que a  imunização de casa-a-casa pretende evitar que mais crianças sejam  contraiam poliomielite ou paralisia infantil.

“Apelar aos pais, cuidadores, líderes comunitários e religiosos, e a sociedade civil no geral se juntem a nós e possam garantir que todas as crianças sejam vacinadas. Gostaríamos de apelar para que houvesse esta abertura e colaboração para podermos garantir que as nossas crianças sejam vacinadas e que sejam prevenidas desta doença que e bastante debilitante.”

Vacinação vai acontecer nas províncias de Zambézia, Nampula e Niassa
Unicef/Graeme Williams
Vacinação vai acontecer nas províncias de Zambézia, Nampula e Niassa

A iniciativa surge em resposta aos casos notificados através do sistema de vigilância de rotina e confirmados laboratorialmente em crianças não vacinadas na comunidade Sinai. O Centro de Saúde de Malua, que registou os casos, está situado a 42 quilómetros da sede do distrito de Molumbo, na Zambézia.

Prevenção em fronteiras

A representante adiantou que a vacinação para a prevenção da pólio vai abranger também as áreas de fronteira com a Zambézia.

“Como se sabe, na província da Zambézia alguns distritos fazem fronteira com Maláui. Daí que nesses distritos vamos intensificar as atividades de vacinação. Estamos a articular com Escritório Regional da OMS para que haja ações conjuntas em Moçambique e  Maláui, no sentido de prevenir que este surto possa atingir outras proporções”. 

As autoridades da Saúde garantem que a vacina contra a pólio é segura, eficaz e protege as crianças contra a paralisia causada pelo poliovírus ao longo de toda a vida.  

A pólio é provocada pelo micróbio que quando atinge o sistema nervoso pode paralisar os membros. A transmissão acontece após o consumo de alimentos, de água ou ainda contacto com mãos contaminadas por fezes de uma pessoa que tenha contraído o vírus.

*Ouri Pota, da ONU News em Maputo.