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Cobertura de vacinas em África “estagnada há cinco anos”

Estratégia adotada inclui também ampliar o lançamento da nova vacina oral contra a pólio
© Unicef/Olivier Asselin
Estratégia adotada inclui também ampliar o lançamento da nova vacina oral contra a pólio

Cobertura de vacinas em África “estagnada há cinco anos”

Saúde

Grupo Consultivo Técnico de Imunização Regional quer reforço da imunização de rotina; mais de 500 mil crianças com menos de cinco anos morrem devido à falta de acesso a vacinas por ano.

 

A cobertura de vacinas na África Subsaariana se estagnou ao nível de 72% nos últimos cinco anos. A situação expõe as populações da região a doenças e surtos que podem ser prevenidos pela imunização, segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS.

Especialistas do Grupo Consultivo Técnico de Imunização Regional, Ritag, apelaram aos países africanos que fortaleçam vacinação de rotina, em reunião que encerrou esta quarta-feira em Brazzaville, República do Congo.

Cobertura de vacinas na África Subsaariana se estagnou ao nível de 72% nos últimos cinco anos.
Cobertura de vacinas na África Subsaariana se estagnou ao nível de 72% nos últimos cinco anos. Foto: OMS/Lindsay Mackenzie

Comunidade

Os peritos também enfatizaram que é importante aumentar o investimento dos países a nível interno para a vigilância de doenças. Uma outra grande necessidade é envolver a comunidade em ações para impulsionar a distribuição vacinal durante surtos.

A presidente da Ritag, Helen Rees disse que o encontro foi uma “oportunidade única para avaliar as necessidades atuais e futuras de imunização em África”.

Todos os anos, cerca de 31 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de doenças que podem ser prevenidas com vacinas na região. Desse número, mais de meio milhão morrem devido à falta de acesso às vacinas necessárias.

Orçamento

O continente tem como um dos principais desafios a eliminação da poliomielite. Nos últimos três anos, a Iniciativa Global de Erradicação da Pólio reduziu em quase metade o orçamento para essas ações para US$ 153 milhões.

Mais de 90% dessas doações foram investidos na vigilância de doenças na África Subsaariana.

Com esse financiamento operam 16 laboratórios que processam amostras clínicas e ambientais para a vigilância da poliomielite e de doenças que podem ser prevenidas com vacinas, incluindo febre-amarela e sarampo.

Situação expõe as populações da região a doenças e surtos que podem ser prevenidos pela imunização
Pnud/Slingshot
Situação expõe as populações da região a doenças e surtos que podem ser prevenidos pela imunização