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Ataque mortal corta acesso de ajuda a mais de 76 mil no nordeste da Nigéria BR

Vista aérea da cidade de Rann, na Nigéria. Vários ataques ocorrem na Nigéria contra igrejas cristãs
OCHA/Yasmina Guerda
Vista aérea da cidade de Rann, na Nigéria. Vários ataques ocorrem na Nigéria contra igrejas cristãs

Ataque mortal corta acesso de ajuda a mais de 76 mil no nordeste da Nigéria

Paz e segurança

Ainda não foi confirmado número de vítimas da ação dos homens armados à cidade de Rann; pelo menos 14 funcionários humanitários foram resgatados após o ataque que ocorreu durante toda a noite de segunda-feira.

Um ataque de um grupo armado à cidade nigeriana de Rann tornou inacessível a entrega de assistência humanitária por agências internacionais, tanto por vias rodoviárias como aéreas. Cerca de 76 mil deslocados internos vivem na área do leste do estado de Borno.

Ainda não há confirmação oficial do número de mortos devido ao ato que ocorreu durante a toda a noite de segunda-feira.

Deslocados 

Em nota, o coordenador humanitário das Nações Unidas na Nigéria, Edward Kallon, expressou grande preocupação com a interrupção da entrega de ajuda a dezenas de milhares de deslocados internos em Rann.

O ataque à base militar iniciou quando começou a escurecer e continuou até o dia seguinte. Durante a ação foram saqueadas e destruídas infraestruturas que incluem um centro médico, armazéns e locais que acomodam trabalhadores humanitários.

O ato provocou a fuga de milhares de pessoas para o país vizinho Camarões e pelo menos 14 funcionários humanitários conseguiram se esconder. Eles foram retirados no dia seguinte por helicóptero.

Cidade isolada

Para o chefe humanitário da ONU na Nigéria, os ataques em Rann são cada vez mais frequentes e o impacto deles sobre os civis que se refugiam nesta cidade isolada é arrasador. Essas ações afetam gravemente a capacidade de entrega de ajuda essencial aos necessitados.

Kallon disse que o ataque aumentou o medo de uma população já vulnerável e visou recursos humanitários. O apelo ao governo da Nigéria é que proteja os civis, incluindo os trabalhadores humanitários.

Mais de 43 mil pessoas fugiram de confrontos em Kukawa e Monguno, áreas controladas pelo governo no norte do estado de Borno.

A capital estadual Maiduguri acolhe mais de 32 mil pessoas que vivem em acampamentos de deslocados já lotados. A situação faz com que centenas de pessoas tenham que dormir ao ar livre.

Mais de 7 milhões pessoas estão necessitadas devido ao conflito armado no nordeste da Nigéria que entra no seu décimo ano.

Ataque mortal na Nigéria corta acesso de ajuda a mais de 76 mil