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Serviço contra Minas da ONU no Iraque apoia investigação sobre destruição de igrejas

Destruição na cidade de Mossul, no Iraque.
Unicef/Sparks
Destruição na cidade de Mossul, no Iraque.

Serviço contra Minas da ONU no Iraque apoia investigação sobre destruição de igrejas

Paz e segurança

ONG local acusa o Serviço de destruir património histórico; já foram removidos 48 mil explosivos perigosos da área.

O Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas no Iraque, Unmas, e o G4S, seu parceiro de operações, garantem que apoiam uma investigação aos danos provocados em duas igrejas históricas na região de Hosh al-Khan do distrito de Al Maedan, Mosul.

Segundo o Unmas, apesar de não referir diretamente ao seu nome, a Organização de Direitos Humanos Hamurabi, Oddh, publicou no seu site acusações alegando que o Unmas teria cometido “crimes não menos graves e insolentes do que os praticados pelo Daesh”.  A Organização teria dito ainda que o Serviço desativou explosivos de forma perigosa e sem autorização, “de maneira bárbara e arbitrária, com total desrespeito pela santidade sagrada e religiosa”, causando danos em duas igrejas históricas.

Avaliação

Apesar dos obstáculos impostos pela pandemia, Unmas adaptou-se ao novo cenário e continuou conquistando resultados positivos.
O Unmas informou que já completou 1.500 atividades que resultaram na remoção de aproximadamente 48 mil explosivos perigosos.
Foto Unmas

Em nota, o Unmas Iraque afirma que “tomou as acusações com a maior seriedade”, que apoia a investigação dos factos e garante que trabalhará “em estreita colaboração com o governo do Iraque” sobre este assunto.

O Serviço da ONU informou que a Hhro e as autoridades do Arcebispado Católico Siríaco, assim como outras autoridades iraquianas relevantes,  já foram convidadas a reunir para avaliar estas acusações.

A Unmas garante que “está empenhada em salvaguardar todos os sítios arqueológicos, religiosos e históricos durante a condução das suas operações de avaliação e vigilância” e que “trabalha em estreita colaboração com o Estado iraquiano e autoridades religiosas para garantir que este “tesouro nacional seja conservado” e para evitar danos adicionais às pessoas que já são afetadas por terroristas e o conflito.

Trabalho

Até ao momento, as equipas do Unmas Iraque e do G4S removeram em segurança 53 cintos suicidas, 74 munições de vários tipos, sete dispositivos explosivos improvisados ​, munições variadas e materiais explosivos caseiros.

O local e os detritos acumulados permanecem fortemente contaminados com explosivos e necessitarão de limpeza.

O Unmas Iraque informou ainda que desde o início da eliminação de explosivos em Mosul, em novembro de 2017, até dezembro de 2018, o Serviço completou 1.500 atividades que resultaram na remoção de aproximadamente 48 mil explosivos perigosos.