Energia solar promove acesso a cuidados de saúde universais

Parceria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento com países em desenvolvimento instala painéis solares em hospitais e centros de saúde; iniciativa aumenta acesso e qualidade dos cuidados de saúde.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, afirma que nenhuma mulher deve estar em trabalho de parto às escuras, nenhuma cirurgia deve ser realizada à luz de velas e nenhuma vacinas pode deixar de ser refrigerada.
Agora, a agência destaca cinco maneiras como as energias renováveis podem ajudar a prestar cuidados de saúde aos mais pobres do mundo. O Pnud diz que “durante muito tempo a falta de energia impediu que comunidades remotas e rurais tivessem acesso aos serviços de saúde de que precisam.”
Quase 1 bilhão de pessoas vive sem eletricidade e cerca de metade dessas pessoas vive na África subsaariana.
Agora, o Pnud tem uma iniciativa chamada “Solar para a Saúde” que apoia estados africanos, árabes e da Ásia Central a instalar painéis solares em centros de saúde de áreas rurais. O objetivo é garantir cuidados de saúde para todos, onde quer que estejam e que ninguém seja deixado para trás.
Cuidados de saúde de qualidade exigem uma fonte confiável de energia. Uma cadeia de refrigeração, por exemplo, é essencial para muitas vacinas e medicamentos.
Na Zâmbia, onde a iniciativa Solar para a Saúde já chegou, o médico Mwale Consity explicou que este apoio “é muito importante no fornecimento e gestão de bens médicos e cirúrgicos, principalmente na cadeia de frio.”
Segundo ele, “as vacinas, que são basicamente o futuro do país, permanecem potentes e viáveis.”
Antes, as interrupções de energia afetavam a refrigeração, mas agora o armazém médico nacional da Zâmbia tem painéis solares no telhado, com uma área equivalente a um campo de futebol que fornecem energia sem interrupções.
A enfermeira do centro de saúde de Chikumbi Veronica Lungi lembrou que costumava dizer aos pacientes para virem com velas. Agora, ela diz que é “como um sonho.”
O uso de energia solar ajuda as unidades de saúde a poupar dinheiro, que pode ser investido em outros programas de saúde.
O representante assistente do Pnud na Zâmbia, Ian Millimo, disse que “o setor da saúde está economizando bastante, por exemplo, com a quantidade de dinheiro que gastava com geradores a diesel.”
Segundo ele, alguns centros economizam até 40% dos custos. O Pnud também estima que a instalação de sistemas solares tenha um retorno de 100% sobre o investimento num período de dois a cinco anos.
A agência da ONU diz que estes investimentos precisam acelerar. Embora estejam a aumentar de ano para ano, em 2018 apenas 12,1% da energia consumida em todo o mundo vinha de fontes renováveis.
A energia solar também contribui para sistemas de saúde mais resilientes. No Zimbabué, uma parceria entre o governo e o Pnud equipou 405 unidades de saúde com sistemas solares.
O responsável pela avaliação do Pnud no Zimbabué, Pfungwa Mukweza, disse que foram escolhidas quatro áreas prioritárias: sistemas de informação, cadeia de frio, maternidade e laboratório.
No passado, cortes regulares de energia impediam a recolha e gestão eficaz de dados, o que é essencial para o registo e arquivo de pacientes. A introdução da energia solar ajudou a resolver esse problema.
A fonte consistente de energia também ajuda o setor a resistir aos impactos negativos da mudança climática, incluindo eventos climáticos extremos, secas e outros choques que afetam o acesso ao fornecimento de energia tradicional.
O Pnud trabalha em parceria com governos e comunidades locais para garantir a sustentabilidade das iniciativas do Solar para a Saúde, incluindo a manutenção dos sistemas.
O responsável por monitoramento e avaliação da agência no Zimbabué, Pfungwa Mukweza, disse que o Pnud está "a trabalhar de mãos dadas com o governo para elaborar um plano para reparos, manutenção e substituição das baterias e até mesmo dos painéis solares."