Guiné-Bissau quer transformar setor de energia até 2030

Conferência internacional sobre energia sustentável no país aconteceu esta semana com apoio de agências da ONU; país lusófono precisa de US$ 700 milhões para estes projetos.
A Guiné-Bissau quer transformar o seu setor de energia até 2030. Os projetos, com um custo estimado de US$ 700 milhões, devem diminuir a dependência externa do país e promover energias renováveis.
Esta foi a principal mensagem da Conferência Internacional Energia Sustentável da Guiné-Bissau, que reuniu esta semana, em Bissau, 150 participantes de instituições públicas, setor privado, ONGs e universidades.
O evento foi organizado pelo Governo da Guiné-Bissau, em parceria com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, Unido, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, e a Associação Lusófona de Energias Renováveis, Aler.
Na sessão de abertura, o ministro da Energia, Indústria e Recursos Naturais, António Serifo Embaló, disse que o evento servia para discutir “o futuro de toda uma geração e sua perspectiva de ter acesso a serviços públicos modernos e rendimento decente, conseguido em setores chave como agricultura, processamento de alimentos, pesca, turismo e indústria."
Durante a conferência, foram apresentadas várias estratégias nacionais, como o Plano de Ação Nacional no Sector das Energias Renováveis, Paner, ou o Plano de Ação Nacional para a Eficiência Energética, Panee. Também foi lançado o Relatório Nacional do Ponto de Situação das Energias Renováveis e Eficiência Energética.
O secretário de Estado da Energia, João Saad, explicou que estes documentos “fornecem uma visão coerente de como alcançar o acesso universal a serviços de energia sustentável.”
O representante da Unido, Martin Lugmayr, afirmou que a ação “é agora ou nunca”. Segundo o especialista, os planos do país preveem US$ 700 milhões para fazer esta transformação até 2030. Até agora, mais de US$ 50 milhões em compromissos de financiamento foram mobilizados.
Lugmayr informou que o país está "procurando investidores e financiadores para investir nesses projetos."
O especialista afirmou que estes planos devem "ajudar o país a diminuir significativamente sua dependência de combustível fóssil até 2030.” Para ele, “as decisões de investimento de hoje irão determinar o caminho energético para as próximas décadas ".
Por sua vez, o representante da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, Eder Semedo, disse que “os sinais de mudança já estão aqui”.
A fundadora da Associação Lusófona de Energias Renováveis, Aler, Isabel Cancela de Abreu, afirmou que “a Guiné-Bissau já tem motivos para se orgulhar, graças às mini-redes de energias renováveis que operam em Bambadinca e Contuboel”.
Neste momento, o país está instalando os maiores projetos híbridos de mini-grade de energia renovável na região da Cedeao.
A conferência fez parte de um projeto da Unido que promove investimentos em energia renovável no setor elétrico da Guiné-Bissau.
Desde 2014, o projeto ajudou o governo a estimular mudanças através de intervenções nas áreas de política, apoio ao investimento, tecnologia e formação.