Número de recém-nascidos filhos de refugiados sírios atinge 1 milhão BR

Agências da ONU e parceiros lançaram Plano Regional de Refugiados e Resiliência 2019-2020; estratégia deve atuar em cinco países da região; cerca de 6,5 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar na Síria.
Em 2019 e 2020, serão precisos US$ 5,5 bilhões para apoiar a Turquia, o Líbano, a Jordânia, o Egito e o Iraque a lidar com o impacto da crise da síria e seus refugiados.
A informação faz parte do Plano Regional de Refugiados e Resiliência, lançado esta terça-feira pela Agência da ONU para Refugiados, Acnur, o Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, e outros parceiros.
Mais de sete anos após o início do conflito, lidar com um número tão alto de refugiados continua sendo um desafio. Cerca de 5,6 milhões de sírios estão atualmente registrados em toda a região, com cerca de um milhão de recém-nascidos em deslocamento.
O diretor do Acnur para o Oriente Médio e Norte da África, Amin Awad, disse que "este milhão de crianças nasceram numa situação em que pobreza e desemprego são comuns, onde existe casamento precoce e trabalho infantil e uma educação nem sempre é garantida."
Para o representante, "é fundamental que a comunidade internacional continue a reconhecer o sofrimento dos refugiados sírios e forneça apoio vital aos governos anfitriões e parceiros para ajudar a arcar com essa carga enorme, enquanto esperam pelo seu retorno voluntário em segurança e dignidade.”
Em nota, as agências dizem que “esses países vizinhos permanecem incrivelmente generosos ao receber grandes populações de refugiados desde o início da crise, apesar do preço no seu desenvolvimento.”
Segundo as agências, as comunidades de acolhimento enfrentam desafios socioeconômicos profundos. A ONU e os parceiros pretendem ajudar diretamente cerca de 3,9 milhões membros destas comunidades.
O diretor do Escritório Regional do Pnud para os Estados Árabes, Mourad Wahba, explicou que “as comunidades da região demonstraram uma grande generosidade, mas estão cada vez mais sob tensão.”
Ele disse acreditar que a comunidade internacional deve mostrar solidariedade com essas pessoas, “que estão dando muito, apesar de terem que arcar com as despesas.”
Wahba afirma que a "resposta coletiva deve garantir que os países anfitriões recebem apoio para o seu desenvolvimento, ultrapassar a crise e, ao mesmo tempo, manter um olho no futuro."
Em 2019, os parceiros pretendem implementar uma ampla resposta visando mais de 9 milhões de pessoas nos cinco países.
Esse apoio deve ajudar a enfrentar os desafios de proteção para refugiados, colocar mais crianças na escola, melhorar serviços básicos e oportunidades econômicas, especialmente para mulheres, e usar a experiência dos parceiros para fortalecer a capacidade de resposta das autoridades nacionais e locais.
Desde a sua criação em 2015, cerca de US$ 12 bilhões foram canalizados através do Plano Regional de Refugiados e Resiliência e seus 270 parceiros humanitários.
Segundo o Programa Mundial de Alimentos, PMA, existem neste momento 6,5 milhões de pessoas com insegurança alimentar na Síria.
A agência da ONU chega a ajudar 3 milhões de pessoas no país com assistência alimentar todos os meses, além dos 3,3 milhões de refugiados sírios que vivem em campos fora da Síria.
Nas comunidades de acolhimento, o PMA assiste 81 mil pessoas no Egito, 47 mil no Iraque, 880 mil na Jordânia, 670 mil no Líbano e 1,5 milhão na Turquia.