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ONU lança apelo humanitário global para ajudar 93,6 milhões de pessoas

 Lowcock disse que foram recebidos apenas 10% dos US$ 2,6 bilhões prometidos por doadores em fevereiro.
Foto ONU: Eskinder Debebe
Lowcock disse que foram recebidos apenas 10% dos US$ 2,6 bilhões prometidos por doadores em fevereiro.

ONU lança apelo humanitário global para ajudar 93,6 milhões de pessoas

Ajuda humanitária

Panorama Humanitário Global 2019 foi apresentada pelo subsecretário-geral dos Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, esta terça-feira; até meados de novembro, doadores já tinham angariado US$ 13,9 bilhões, um recorde absoluto.

 

As crises afetam mais pessoas, durante mais tempo e os conflitos continuam sendo a principal causa de necessidades humanitárias e de proteção, afirma Panorama Humanitário Global  2019.

O documento foi apresentado esta terça-feira pelo subsecretário-geral dos Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, em Genebra, na Suíça.

Número não inclui os valores necessários para a Síria, que serão confirmados após o Plano de Resposta Humanitária da Síria de 2019 terminar
Número não inclui os valores necessários para a Síria, que serão confirmados após o Plano de Resposta Humanitária da Síria de 2019 terminar. Foto: Unicef

Previsões

Segundo a pesquisa, no próximo ano quase 132 milhões de pessoas precisarão de assistência humanitária. As Nações Unidas e os seus parceiros pretendem ajudar 93,6 milhões dos que estejam em situação de fragilidade ​​com alimentos, abrigo, assistência médica, educação de emergência, proteção e outra assistência básica.

Para financiar esse trabalho, serão precisos US$ 21,9 bilhões. Este número não inclui os valores necessários para a Síria, que serão confirmados após o Plano de Resposta Humanitária da Síria de 2019 estar terminado.

No total, espera-se que as necessidades totais, incluindo a Síria, sejam comparáveis ​​ao valor deste ano, cerca de US$ 25 bilhões.

Financiamento

Até meados de novembro, os doadores já tinham angariado US$ 13,9 bilhões, um recorde absoluto, e mais 10% do que no mesmo periodo em 2017, que já tinha estabelecido um recorde.

Falando a jornalistas, Mark Lowcock disse que "os doadores são cada vez mais generosos, mas todos os anos há uma lacuna entre o que é necessário e o que é recebido."

Para ele, “ação antecipada e métodos de financiamento inovadores, como seguro de risco e financiamento de contingência, podem ajudar a fechar essa lacuna.”

O chefe humanitário também acredita que “uma melhor coordenação com os programas de desenvolvimento pode ajudar a reduzir as necessidades futuras, atacando as causas profundas da necessidade humanitária e fortalecendo a resiliência das comunidades.”

Em 2018, a comunidade humanitária chegou a dezenas de milhões de pessoas em 41 países
Em 2018, a comunidade humanitária chegou a dezenas de milhões de pessoas em 41 países. Foto: ONU/Isaac Billy

Mudanças

Nos últimos anos, a duração média dos Planos de Resposta Humanitária de cada país aumentou de 5,2 anos em 2014 para 9,3 anos em 2018.

O número de pessoas afetadas e as necessidades financeiras também aumentaram. As crises maiores e mais prolongadas consomem a maioria dos recursos. Entre 2014 e 2018, as crises na Somália, no Sudão do Sul, no Sudão e na Síria representaram 55% de todo o financiamento solicitado e recebido.

Desastres naturais e mudanças climáticas também têm um custo cada vez maior. Segundo a pesquisa, os desastres afetam em média 350 milhões de pessoas todos os anos e causam bilhões de dólares em prejuízos.

Balanço

Em 2018, a comunidade humanitária chegou a dezenas de milhões de pessoas em 41 países através de planos de resposta coordenados.

Chegou, por exemplo, a 8 milhões de iemenitas com assistência alimentar e 5,4 milhões de pessoas na Síria, mesmo com o aumento das ameaças à segurança dos trabalhadores humanitários.

Lowcock afirmou que “o sistema humanitário é hoje mais eficaz do que nunca”, conseguindo identificar necessidades e reagir com mais rapidez. Segundo ele, “os planos de resposta são mais inclusivos, abrangentes e inovadores.”

O chefe humanitário também lembrou que existem agora redes ativas para combater a exploração e abuso sexual em pelo menos 20 países.

Desastres naturais e mudanças climáticas têm um custo cada vez maior.
Ocha/Anthony Burke
Desastres naturais e mudanças climáticas têm um custo cada vez maior.