Malária matou cerca de 435 mil pessoas no mundo em 2017
Moçambique está no grupo de 15 países com metade de todos os casos da doença em nível global; Brasil teve crescimento de 50% de pacientes em um ano; desafios incluem aumento de pacientes em países mais afetados e falta de financiamento.
Pelo menos 219 milhões de pessoas contraíram malária no mundo em 2017. O número representa uma queda de casos de 0,9% em relação ao ano anterior, segundo o Relatório Mundial da Malária.
No ano passado, cerca de 435 mil pessoas perderam a vida devido à doença. O estudo lançado esta segunda-feira, em Genebra, revela que a queda de casos fatais foi de quase 6% em relação a 2016.
Redução
A OMS indica que em 2017 houve uma redução de 18% na incidência, ou cerca de 20 milhões de casos a menos, quando comparado a 2010. Já entre 2015 e 2017, a agência assinala que não houve progresso significativo para reduzir a malária em nível global.
No ano passado, Moçambique teve mais de 9,8 milhões de casos, estando na lista de cinco nações com quase metade dos casos de malária de todo o mundo. Esta segunda-feira, uma nova abordagem para acelerar o combate à doença será lançada no país.
O Brasil teve 194.370 casos de malária em 2017, o que marca um crescimento de 50% em relação ao ano anterior. A OMS acredita que o Brasil ainda está em vias de reduzir o número de casos entre 20% a 40% até 2020.
Ainda nos países lusófonos, Angola teve mais de 3,8 milhões de casos e a Guiné-Bissau 90 mil casos no ano passado. Na lista dos países que podem eliminar a doença até 2020 estão Cabo Verde, que teve 423 casos, e Timor-Leste com 36 pacientes no período analisado.
África Subsaariana
O relatório destaca que a região africana teve 200 milhões de casos de malária em 2017. O número corresponde a 92% do total mundial. O Sudeste Asiático teve 5% e o Leste do Mediterrâneo 2%
As crianças menores de cinco anos são o grupo mais vulnerável de contrair a doença. Em 2017, seis em cada 10 mortes pela malária foram desses menores de idade em todo o mundo.
Os desafios no combate à doença incluem o continuo aumento de casos em países mais afetados e o financiamento inadequado em nível nacional e internacional. Entre os 41 países com o maior número de pacientes, o financiamento por pessoa em risco de malária foi de US$ 2,32.
A OMS destaca que continua ocorrendo níveis de resistência tanto do parasita aos antimaláricos, como dos mosquitos aos inseticidas no que ameaça deter os progressos.