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Projeto da Cepal promove novos estilos de desenvolvimento BR

De acordo com a Cepal, a proposta do Big Push Ambiental foi idealizada com base na Agenda 2030.
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De acordo com a Cepal, a proposta do Big Push Ambiental foi idealizada com base na Agenda 2030.

Projeto da Cepal promove novos estilos de desenvolvimento

Desenvolvimento econômico

Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe realiza no Brasil seminário para discutir o chamado “Big Push Ambiental”; para diretor da Comissão, “região tem que voltar a investir, porque sem investir não cresce”.

O Big Push Ambiental, Grande Impulso Ambiental na tradução em português, é uma nova abordagem elaborada pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Cepal, para promover novos estilos de desenvolvimento.

O projeto estimula investimentos que levem a separar o crescimento econômico e a geração de empregos por um lado, e por outro, as emissões de gases do efeito estufa.  

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Desenvolvimento

Nesta terça-feira, acontece no Brasil o seminário “O Big Push Ambiental: opções para uma transformação social e ecológica da economia brasileira”.  O diretor do escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi, explicou à ONU News de Brasília, que a ideia é encontrar formas de integrar a discussão do meio ambiente num projeto de desenvolvimento no Brasil.

“A economia brasileira está precisando de motores de crescimento, está precisando ser mais competitiva, mais produtiva e mais inserida na economia mundial, e acreditamos que este slogan Big Push Ambiental, que na verdade é um novo estilo de desenvolvimento, pode ser interessante para as autoridades brasileiras.”

A Cepal estima que o Brasil tenha um potencial de investimentos de baixo carbono de US$ 1,3 trilhão até 2030 em áreas como infraestrutura urbana, energias renováveis e indústria.

Setores

Entre os exemplos de setores que já estão sendo trabalhados na proposta no Brasil estão os da chamada bio-economia, definida como uma ruralidade mais sustentável, e o da mobilidade urbana. De acordo com a Cepal, estão sendo avaliadas a viabilidade de investimentos em carros e ônibus elétricos.

Já no México, na Costa Rica e no Uruguai, estão sendo propostos projetos nos setores de energia renováveis. Carlos Mussi destacou que o objetivo é ajudar a região a crescer.

“A região tem que voltar a investir, porque sem investir não cresce. Em geral, os círculos de desenvolvimento estão muito ligados aos círculos de commodities, em função da demanda externa de alguns produtos. O que queremos um pouco com o Big Push Ambiental é gerar um círculo próprio, interno da própria região, gerenciada por ela, a partir do uso de seus recursos naturais e capacidade de recursos humanos.”

Agenda 2030

De acordo com a Cepal, a proposta do Big Push Ambiental foi idealizada com base na Agenda 2030. A meta é discutir formas de fomentar o desenvolvimento e, ao mesmo tempo, manter o planeta e criar sociedades mais justas.

Carlos Mussi explicou que o Big Push Ambiental trabalha com três eficiências. Elas incluem a estrutura produtiva, a demanda e a sustentabilidade, que aborda questões ambientais, sociais e econômicas.

“Não é só uma questão ambiental, é uma questão de estrutura produtiva, uma estrutura de demanda, e daí entra que tipo de demanda você vai ter, se é popular ou concentrada, mas muito mais a ideia de uma demanda sustentável em termos de meio ambiente, de consumo sustentável, e a parte ambiental, com o uso de novas tecnologias e que vão gerar novos tipos de emprego e renda. É uma proposta bem ampla e ousada, mas é uma nova forma de os países e sociedades discutirem sobre como querem crescer e se desenvolver num mundo com essas mudanças que estamos enfrentando, a demográfica, climática e tecnológica.”

O seminário que acontece no Brasil reúne representantes do governo brasileiro, da academia e da sociedade em geral.